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Conteúdo Especial Qualidade do Ar: confira a entrevista com Neyval Junior
Em entrevista à BandNews FM Espírito Santo, o coordenador do Núcleo de Pesquisa em Qualidade do Ar (NQualiAr), Neyval Junior, fala sobre as ações de pesquisa sobre o tema
Os avanços nas pesquisas sobre a qualidade do ar na Grande Vitória passam também pelo trabalho da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A partir do Núcleo de Pesquisa da Qualidade do Ar (NQualiAr), a universidade promove pesquisas e apresenta sugestão de soluções a entes públicos e privados, em um diálogo constante que vem promovendo a melhoria dos índices na região metropolitana da Grande Vitória.
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O professor de Engenharia Ambiental e coordenador do núcleo de pesquisa, Neyval Costa Reis Junior, conta em entrevista à BandNews FM Espírito Santo que duas frentes estão sendo as principais nos estudos atualmente: a identificação da origem dos poluentes e os efeitos na saúde pública. Ouça a entrevista completa:
“Essa linha de identificação da origem a gente tem vários trabalhos mostrando isso, todos eles desenvolvidos com o intuito de apoiar o órgão ambiental no seu processo de decisão. A gente sempre tem se preocupado em trabalhar muito fornecendo dados para os gestores. E a outra frente é justamente aquela de tentar identificar os efeitos relacionados”, afirma.
Para o professor, em Vitória, o principal questionamento relacionado à qualidade do ar diz respeito à chamada poeira sedimentada, em especial o pó preto, apontado para o componente de análise elencado como “incômodo”.
No entanto, Neyval Junior destaca melhorias significativas nos índices de poluição atmosférica vindos da atividade industrial, apesar do crescimento urbano. Ele mencionou que, embora os níveis ainda superem as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), há uma tendência de melhoria constante.
“Eles (os níveis de emissão) ultrapassam, sim, mas ele já ultrapassam muito menos do que ocorria antigamente. Quando você olha as tendências dos 20 anos, a gente nota uma certa melhoria”, diz Neyval.
O especialista ressalta os esforços para entender os impactos da poluição em grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos, ainda evidenciando a relação entre a qualidade do ar e problemas de saúde respiratória, especialmente em crianças asmáticas.
“Aquela variação da qualidade do ar que, por exemplo, nós não conseguiríamos perceber, não faz a menor diferença para a gente. Já na parcela mais sensível da população, a gente já consegue perceber essa diferença. Então hoje o grande estudo que a gente está fazendo lá é identificar, tentar quantificar os efeitos da poluição do ar sobre crianças e adolescentes asmáticos”, comenta.
O professor ainda aponta medidas práticas que poderiam ser adotadas para continuar melhorando a qualidade do ar, como a varrição automatizada das ruas e melhores práticas na construção civil. Ele explica que os carros, quando passam na rua, resuspendem a poeira depositada no asfalto, seja a emitida pelos próprios veículos, a poeira do solo, ou a poeira que veio de outras fontes, como as industriais.
A pesquisa acadêmica, focada em fornecer dados técnicos para apoiar a tomada de decisões por gestores públicos, é essencial para avançar o cenário existente rumo à melhoria dos índices e o alcance das metas preconizadas pela OMS, segundo o professor.
“A gente se preocupa basicamente em fornecer dados técnicos, como esse que eu te falei. Para alguns poluentes, material particular, eu tenho aumento de 3%. Para outros, como o enxofre, eu tenho um aumento próximo de 10%. Então eu tenho esses estudos técnicos para fornecer o subsídio à tomada de decisão.”
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