Faxineiro empreende, dribla preconceito e faz sucesso em Guarapari

A crise econômica afetou a vida de diversas famílias. Os preços dos produtos aumentaram juntamente com o desemprego. Com isso, aumento a procura por formas de ganhar dinheiro extra. Reginaldo Neves, 43 anos, decidiu profissionalizar o que faz muito bem: a faxina. No ramo há 22 anos – que complementava a renda -, abriu mão da carteira assinada para empreender em uma carreira que, até então, é dominada por mulheres.

“Minhas irmãs limpavam casa em Guarapari. Eu aprendi com elas, quando era garoto, e sempre fiz muito bem. As clientes elogiavam muito a minha faxina. No entanto, durante 10 anos, trabalhei em uma empresa e como garçom. Foi durante a pandemia do coronavírus que decidi largar o emprego e voltei a me dedicar a faxina. No total, tenho 22 anos nesse ramo de faxina. É algo que amo e sinto prazer em fazer. Adoro ver a transformação da casa e a satisfação dos clientes”, exibe Reginaldo.

O amor pela profissão ajuda o diarista a driblar o preconceito em um ambiente de trabalho quase unicamente feminino. E para isso, passou a se especializar não só em limpeza, mas também em relacionamento com o cliente. Atualmente, Reginaldo comanda uma equipe de seis funcionários – sendo apenas uma mulher -, que tem se destacado no mercado da faxina em Guarapari. Os serviços oferecidos são de limpeza residencial, pós-obras, com especialização em restauração de box.

“A área da limpeza vai muito além da faxina. Estou buscando aperfeiçoar postura e gestão humana, que se trata de uma abordagem da Gestão de Pessoas que visa administrar de forma mais efetiva as habilidades e comportamentos dos colaboradores. Na limpeza eu sou muito criterioso e me apego aos detalhes. Isso também faz muita diferença. Tento fazer com que minha equipe siga a mesma linha sempre”, destaca Reginaldo.

E não foram poucas as vezes que o diarista precisou recorrer à postura e gestão humana para saber lidar com o preconceito durante o trabalho. Segundo Reginaldo, em uma faxina, o marido da cliente chegou a acusá-lo de ser amante da esposa, se passando por faxineiro. E essa não foi a única vez em que outros homens o olharam com indiferença ou desconfiança por exercer uma profissão dominada por mulheres.

Mesmo em meio ao preconceito, o diarista resolveu abraçar a profissão que é sua principal fonte de renda e de reconhecimento. Atualmente, ele usa as redes sociais para divulgar seu trabalho e conquistar novos clientes. Com seu trabalho e conteúdo, consegue mostrar para o mundo que qualquer pessoa pode trabalhar na profissão que quiser e sentir vontade. O céu é o limite!

 

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