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Olhar 360º

Cães ajudam no desenvolvimento de crianças com síndrome de down no ES

Elas estão acostumadas com rotinas de exames e consultas para manter a qualidade de vida, mas a terapia com pets é vista como um momento de descontração

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Animais Terapeutas em terapia com crianças com Síndrome de Down. Foto: Divulgação

Os cães são companheiros do homem há muito tempo, e os benefícios dessa relação vão muito além do vínculo de trabalho e amizade. Mas você sabia que os animais também podem ajudar no desenvolvimento de crianças com síndrome de down? São os chamados cães terapeutas, animais treinados para acompanhar e auxiliar os pequenos, principalmente, no que diz respeito à descoberta da afetividade e melhora da comunicação.

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Para a médica veterinária e professora Dra. Fernanda De Toledo Vieira, a Terapia Assistida Por Animais (TAA) é utilizada como instrumento em diversos tratamentos de pacientes com necessidades específicas. E desde 2016, o projeto Animais Terapeutas na Universidade Vila Velha (UVV) tem por objetivo promover saúde emocional, física, social e cognitiva dessas crianças. E o animal é o principal agente da terapia, que funciona como ponte de ligação entre o terapeuta e o paciente.

Fernanda lembra que a primeira iniciativa de terapia com animais surgiu ainda em 2005. No início, o projeto era a fisioterapia assistida por animais com crianças com mielomeningocele – que também provoca atraso no desenvolvimento motor. As atividades duraram cerca de seis anos. Em 2014, a médica-veterinária teve o segundo filho, esse com a trissomia do cromossomo 21 – síndrome de down.

“A partir do nascimento do meu filho, eu fui apresentada a um novo mundo. Ao mundo das crianças com a trissomia do cromossomo 21. E essas crianças têm uma agenda muito grande. Elas precisam fazer fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional. E por mais lúdica que sejam essas terapias, a agenda deles é cansativa. E por isso tivemos a ideia de iniciar esse trabalho para tornar ainda mais lúdica a terapia. A presença do animal torna o ambiente mais agradável e leve”, conta a médica veterinária.

Em 2016, o projeto foi reformulado e surgiu como uma nova versão: atendimento a crianças com síndrome de down. Eram oferecidos atendimentos com fonoaudiologia, terapia ocupacional e fisioterapia. Durante a pandemia do coronavírus, houve uma pausa na terapia assistida por animais, que deve retornar as atividades em maio e com novidades: musicalização.

Segundo Fernanda, o tratamento é altamente eficaz com crianças por conta da diversão em forma de terapia. Crianças com síndrome de down estão acostumadas com rotinas de exames e terapias para manter a qualidade de vida, mas a terapia com pets é vista como um momento de descontração. A maioria das crianças tem facilidade de adaptação.

Os animais são o diferencial do tratamento, e por isso necessitam de uma atenção especial. Antes de serem inseridos no ambiente junto às crianças, os cães e gatos precisam passar por uma avaliação que inclui tanto um médico-veterinário, quanto o responsável pela terapia, e precisam ter tutores cuidadosos. Esses animais têm tutores. A seleção é feita por um educador de cães, pois eles precisam ter comportamento adequado. Precisam tolerar o toque e as brincadeiras das crianças, se adaptar ao ambiente e aos equipamentos.

“Durante as terapias os animais atuam ativamente. São trabalhados exercícios de coordenação motora fina, principalmente ao escovar o cão e colocar presilhas na pelagem, por exemplo. São trabalhadas as diferentes texturas do pelo do animal justamente para dessensibilizar as crianças sensíveis aos estímulos do toque. A presença do cão estimula o desenvolvimento da linguagem da criança, pois algumas tem dificuldade. Por isso, elas conseguem, por exemplo, falar o nome dos animais. A percepção de cores e tamanhos dos animais é estimulada: cão branco, marrom ou amarelo, cães grandes e pequenos, por exemplo”, explica a médica-veterinária.

O Animais Terapeutas na Universidade Vila Velha (UVV) é um atendimento gratuito proporcionado por voluntários. O projeto retoma às atividades em maio, após dois anos de pandemia do coronavírus. Para o retorno, ainda é necessário voluntários: tutores de cães, terapeuta ocupacional e musicoterapeuta. Caso você tenha interesse em fazer parte dessa equipe, pode entrar em contato no telefone (27) 9 9227-4044 ou no e-mail [email protected]. Ainda não há informações sobre a quantidade de vagas disponível para os assistidos.


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