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Poliomielite: ES inicia substituição da vacina oral pela injetável

A vacinação contra a poliomielite no Espírito Santo ganha reforço com a substituição da vacina oral pela injetável, seguindo diretrizes do Ministério da Saúde

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Daniele Grilo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações de Doenças Imunopreveníveis, destacou a importância da mudança para a vacina injetável como medida para aumentar a segurança e a eficácia da imunização contra a poliomielite no Espírito Santo. Foto: Fernanda Côgo

Daniele Grilo, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações de Doenças Imunopreveníveis, destacou a importância da mudança para a vacina injetável como medida para aumentar a segurança e a eficácia da imunização contra a poliomielite no Espírito Santo. Foto: Fernanda Côgo

Em entrevista ao Estúdio 360, a coordenadora do Programa Estadual de Imunizações, Danielle Grillo, explicou que o Espírito Santo já deu início ao processo de substituição da vacina oral contra a poliomielite pelas doses injetáveis. A mudança, determinada pelo Ministério da Saúde, acontece em todo o Brasil e segue uma tendência mundial.

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“A vacina oral foi essencial para a erradicação da poliomielite em muitos países, mas seu uso pode apresentar riscos. Agora, a vacina injetável é uma alternativa mais segura”, afirmou Danielle Grillo.

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Entenda o motivo da mudança

A vacina oral da poliomielite, conhecida popularmente como “gotinha”, foi introduzida com o objetivo de proporcionar imunidade de rebanho. Ela utiliza um vírus vivo atenuado que, ao ser excretado pela criança vacinada, pode gerar imunidade nas pessoas ao seu redor. Entretanto, em um cenário global onde a poliomielite está quase erradicada, o uso contínuo dessa vacina pode ser arriscado.

“A manutenção do uso da vacina oral poderia causar mutações do vírus no ambiente, o que resultaria em surtos de poliomielite derivados da vacina”, destacou Grillo. Por isso, a recomendação é que, em locais com baixa ou nenhuma incidência da doença, como o Brasil, a vacina injetável passe a ser a única utilizada.

Novo cronograma de vacinação da poliomielite

Com a mudança, o esquema vacinal no Espírito Santo sofrerá adaptações. Antes, as crianças menores de 1 ano recebiam a vacina injetável aos 2, 4 e 6 meses de vida, e reforços com a vacina oral aos 15 meses e aos 4 anos. A partir de novembro, os reforços também serão aplicados na forma injetável, com uma única dose aos 15 meses.

Segundo Grillo, o esquema primário com três doses injetáveis já oferece uma proteção de 99 a 100% contra a poliomielite. O reforço é importante para corrigir possíveis falhas vacinais e garantir a imunização completa das crianças. A substituição no calendário vacinal começará oficialmente no dia 4 de novembro.

Impacto nas campanhas de vacinação

Um dos maiores desafios atuais é a baixa adesão às campanhas de vacinação. O Brasil, que já foi referência mundial em cobertura vacinal, hoje enfrenta quedas preocupantes. A coordenadora do Programa de Imunizações enfatizou que é crucial manter altas coberturas vacinais para evitar o retorno da poliomielite.

“Precisamos garantir que as crianças sejam vacinadas. Se o número de vacinados cair, corremos o risco de ver a poliomielite ressurgir, especialmente com a circulação do vírus em outros países”, alertou Grillo.

Nova logística de vacinação no estado

Com a introdução da vacina injetável, também há um benefício operacional. A vacina oral vinha em frascos com 25 doses e tinha uma validade muito curta, o que resultava em perdas e limitação na oferta diária. A versão injetável, por outro lado, tem maior durabilidade, o que permitirá que as doses sejam oferecidas diariamente nas unidades de saúde.

O Espírito Santo já começou o processo de retirada dos frascos da vacina oral das unidades de saúde, que devem ser substituídos completamente até 3 de novembro. A partir dessa data, o reforço será aplicado exclusivamente com a vacina injetável.

Poliomielite ainda é uma ameaça global

Embora a doença esteja próxima da erradicação, ela ainda persiste em algumas regiões. Atualmente, apenas dois países – Paquistão e Afeganistão – são considerados endêmicos para a poliomielite. No entanto, surtos de poliomielite derivados da vacina oral foram registrados em algumas partes do mundo, reforçando a necessidade de uma mudança no esquema vacinal.

Por fim, a coordenadora do Programa de Imunizações tranquilizou a população sobre a continuidade do Zé Gotinha, personagem que por décadas foi símbolo das campanhas de vacinação. “Ele não vai se aposentar. Continuará sendo um aliado na conscientização das famílias sobre a importância da vacinação.”

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