Um acordo judicial envolvendo a empresa EDP destinou R$ 2 milhões para ajudar as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. A EDP enfrentava uma ação na Justiça do Trabalho por descumprimento de normas de saúde e segurança no trabalho. Acordos como esse são essenciais para direcionar recursos em situações de calamidade pública. A procuradora do trabalho Keley Kristiane Vago Cristo explicou que o acidente de trabalho ocorrido em 2011, que resultou na morte de um trabalhador, deu início ao inquérito civil público.
A investigação revelou várias questões relacionadas à saúde e segurança na empresa. Após um longo processo judicial, foi determinado o pagamento de uma indenização de R$ 3 milhões por dano moral coletivo.
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Do valor total da indenização, R$ 1 milhão foi destinado ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Os outros R$ 2 milhões foram direcionados para o fundo estadual gaúcho, especificamente para atender as vítimas das enchentes. A decisão de destinar os recursos para essa causa foi tomada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e homologada pela Justiça do Trabalho.
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Com a devastação causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul, o Conselho Nacional do Ministério Público e o Conselho Nacional de Justiça incentivaram a utilização de indenizações por dano moral coletivo para apoiar a sociedade. Esses recursos são essenciais para auxiliar na recuperação das áreas afetadas.
Procedimentos e regulamentações
A procuradora explicou que, embora o Ministério Público tenha a liberalidade para decidir o destino desses valores, a decisão segue uma ordem legal. A Lei de Ação Civil Pública determina que esses valores devem ser destinados a fundos específicos. O acordo foi homologado na Justiça do Trabalho com a participação da empresa ré, a EDP.
O Ministério Público do Trabalho encaminhou parte do valor para o fundo estadual gaúcho devido à mobilização nacional para apoiar as vítimas das enchentes. A procuradora ressaltou a importância de direcionar esses recursos de forma eficaz e transparente, seguindo regulamentações estabelecidas por resoluções conjuntas do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público.
Novos acordos
A possibilidade de novos acordos semelhantes depende das circunstâncias e necessidades. Keley destacou que, diante das mudanças climáticas, situações de calamidade pública podem ocorrer em qualquer região do país.
Ela ainda mencionou que, recentemente, uma resolução conjunta do CNJ e do CNMP estabeleceu diretrizes mais detalhadas para a reversão desses valores. Essas diretrizes permitem que os recursos sejam direcionados não apenas para fundos, mas também para projetos e entidades sem fins lucrativos.