Folhas Que Falam: voluntárias bordam folhas e ajudam famílias

Uma folha de árvore caída pode se transformar em arte nas mãos das artesãs voluntárias do Folhas Que Falam. A delicada arte de bordar em folhas secas tem ressignificado olhares e transformado vidas de famílias na Grande Vitória.

O Folhas Que Falam nasceu há um ano e meio em Coqueiral de Itaparica, Vila Velha. Da vontade de poder ajudar o próximo e minimizar a desigualdade social a sua volta, a empresária Cláudia Pizetta, 40 anos, enxergou no bordado de folhas secas uma fonte de renda a ser revertida para famílias em situação de vulnerabilidade social.

“Na pandemia do coronavírus, eu vi uma amiga postando um quadro com uma folha bordada. Eu logo pedi a mãe para tentar fazer uma igual. Ela foi testando e conseguiu chegar a uma técnica que deu muito certo. Então resolvemos chamar amigas e transformar em um projeto social para poder ajudar quem precisa”, lembra a empresária.

A delicadeza começa no preparo das folhas para a maturação. Depois, cada desenho vai tomando forma pelas mãos das voluntárias, que dedicam seu tempo e amor em cada obra de arte. Elas ganham molduras e são despachadas para qualquer região do país. Outras ficam expostas à venda na vitrine da loja de roupa da empresária em Vila Velha.

Paisagens, pontos turísticos, frases, imagens sacras e até nomes. Bordados do Convento da Penha, de Nossa Senhora e até da Basílica de Santo Antônio caíram no gosto dos clientes. E cada encomenda é preparada com muito carinho e paciência. As voluntárias chegam a levar cerca de 8 horas para confeccionar um desenho mais elaborado, com riquezas de detalhes.

“Eu vi uma oportunidade com o bordado em folha por ser algo que você precisa da folha, linha e agulha. Materiais bem acessíveis. O que nos limita mais é que ainda somos um número bem pequeno de voluntárias. Estamos em três e, por isso, pedimos um tempo maior para a entrega das encomendas. A ideia é expandir”, frisa Cláudia.

Como o bordado em folha é ainda uma novidade, a mão-de-obra requer capacitação. Pensando nisso, Cláudia tem buscado parcerias com instituições para a abertura de cursos gratuitos e espera, com isso, angariar mais voluntários para o Folhas Que Falam.

“Como toda a renda arrecadada nas vendas de cada uma das obras de arte são revertidas em compras de cestas básicas ou outras formas de auxílio a famílias em situação de vulnerabilidade social, precisamos de uma produção maior, para atender a demanda e ajudar mais pessoas”, revela.

Atualmente, o Folhas Que Falam auxilia famílias em situação de vulnerabilidade social da região 5 de Vila Velha. A última ação foi feita com os catadores de materiais recicláveis. “Acredito que a mudança no mundo começa com cada um fazendo a sua parte. E eu estou fazendo a minha parte para mudar a realidade a minha volta”, pontua a empresária.

Se você quer adquirir um quadro, basta entrar em contato com a voluntária por meio do perfil do Instagram do Folhas Que Falam ou por meio do WhatsApp (27) 9 9236-2656. Quadros simples custam R$ 130 e os mais elaborados R$ 150. As encomendas são enviadas para todo o país.