Solidariedade
Família de Cariacica faz rifa para custear tratamento de criança
Kauã Cordeiro luta contra uma regressão neurológica desde seu primeiro ano de vida

O Isodiolex é usado para reduzir os espasmos musculares de Kauã. Foto: Arquivo Pessoal
A família do pequeno Kauã Cordeiro, de apenas 3 anos, está arrecadando doações para comprar o medicamento importado, Isodiolex (Canabidiol). O frasco do remédio custa, aproximadamente, R$ 1.6 mil. Ele é usado para reduzir os espasmos musculares de Kauã e melhorar sua qualidade de vida.
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Portador de uma regressão neurológica sem diagnóstico definido, Kauã foi gerado por meio de uma gestação sem complicações, com acompanhamento médico mensal e com todas as ultrassons normais. Ele nasceu com 39 semanas em um parto normal. Foi aos 10 meses de vida, que o menino começou a ter febres com muita recorrência. A mãe, Rosyneide Cordeiro, o levava ao médico, que dizia ser algo normal, porém os exames de sangue davam alteração na parte inflamatória e os médicos receitavam antiinflamatório. Logo a febre ia passando, mas após 15 dias voltava o estado febril.
A mãe conta que ele foi ficando um bebê triste e sonolento, que não interagia mais como antes. “No início desconfiei que ele poderia ser autista, lia muito sobre, falava com o pediatra e ele sempre dizia ser coisa da minha cabeça, pois era normal uma criança após um longo tempo com infecção ficar assim”, diz Rosyneide.
Foi com 1 ano e dois meses que Kauã acordou e não segurou mais a mamadeira com a mão na esquerda. Rosyneide conta que ficou desesperada e correu para o pediatra. Lá eles foram encaminhados diretamente para o Hospital Infantil de Vila Velha, onde o Kauã ficou internado por 73 dias. A criança passou por vários médicos, fez muitos exames e eles apenas falavam que certamente se tratava de uma doença degenerativa, que a cada dia ele teria uma perda.
Os dias iam se passando e ele só piorava. Deixou de comer sólidos, perdeu peso e então os médicos queriam colocar uma sonda nele. “Eu não permiti, porque tenho muita fé em sua recuperação”, conta a mãe. Nessa primeira internação, ele fez um exame genético e dois meses depois saiu o resultado que deu-se por ser inconclusivo. Os médicos não conseguiam afirmar nenhuma síndrome. A médica que estava acompanhando o caso desconfiou que poderia ser a síndrome de Aicardi-Goutières tipo 4, mas como os exames não apontavam muita coisa, decidiram internar Kauã pela segunda vez, por mais 48 dias para fazer mais exames, tais como o líquor, que deu alteração e que induzia a meningite. E a partir desse momento, foram feitas muitas consultas com neurologistas no estado e ainda assim, os médicos não chegaram a uma conclusão.
Em 2020, a família chegou a viajar para o Rio de Janeiro, para que Kauã pudesse se consultar na Rede SARAH – Centro Internacional de Neuroreabilitação e Neurociências Sarah, onde ele fez somente uma consulta e iria retornar em março, porém com o início da pandemia a consulta foi desmarcada e até hoje não conseguiu retornar. Os atendimentos agora acontecem de forma online, mas o diagnóstico ainda é um mistério.
Atualmente, Kauã voltou a se alimentar normal. Hoje ele recuperou toda a parte cognitiva, conhece pessoas, sabe o que quer, consegue mastigar sua comida, cada dia com menos episódios de engasgo. Tratado com muito carinho pela família, amigos e vizinhos. “A irmã trata ele como um bebê grande, que vai seguir crescendo como uma criança normal. E eu sou um misto de angústia e desespero, mas com a certeza que as coisas vão se ajeitar, hoje estou mais tranquila”, relata Rosy.
Uma das maiores companhias de Kauã no dia a dia é a vizinha Wandra Paradela. Ela que é uma grande ajuda a Rosy, diz que Kauã é o milagre dela. “Ele apareceu no momento mais doloroso da minha vida, quando perdi minha avó e preencheu todo vazio que tinha com amor. É indescritível o que temos, é uma troca diária de amor que eu jamais havia sentido antes, é algo único. Ele é o amor da minha vida”, declara-se Wandra.
Campanha
A ideia de fazer a rifa começou após a compra de um frasco que quebrou com 3 dias de uso. A mãe de Kauã disse que precisava compartilhar o que aconteceu com seu filho na esperança de alcançar pessoas e assim, talvez, encontrar alguém que passou ou ainda passa pela mesma situação. “Quem sabe eu conheço algum médico capaz de nos ajudar. O Kauã tem tanta coisa que precisa fazer e eu não tenho condições”, informa Rosy.
A campanha está indo bem melhor do que era esperado. Já foram arrecadados o equivalente a 4 vidros, quase um ano de tratamento, mas ainda não se sabe a princípio se o uso é permanente, por isso o sorteio ainda está acontecendo. Kauã é uma criança com muitas necessidades e seu tratamento é ainda inconclusivo, o que causa insegurança na família.
Como ajudar:
Para ajudar com a compra do medicamento, você pode comprar uma rifa que custa R$ 5,00. O prêmio será uma cesta de chocolates bem recheada. O sorteio acontecerá no dia 04 de junho. O pagamento pode ser efetuado através de depósito ou transferência, pela conta da mãe de Kauã ou pelo Picpay. Mais informações, confira no post:
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