País
PF mira juízes, advogados e empresários suspeitos de corrupção e peculato
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em Sete Lagoas, Teófilo Otoni, Carlos Chagas, em Minas, e nas cidades capixabas de Vila Velha e Pinheiros

PF mira juízes, advogados e empresários suspeitos de corrupção e peculato. Foto: Divulgação
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A Polícia Federal cumpriu 26 mandados de busca e apreensão em residências, empresas e escritórios de advocacia de cinco cidades mineiras, incluindo Belo Horizonte, e do Espírito Santo na manhã desta terça-feira (24).
Batizada de “Iniquidade”, a operação combate os crimes de peculato (desvio de dinheiro ou bem praticado por funcionário público), corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Os investigados são juízes do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), advogados, empresários e um servidor do Judiciário, suspeitos de obter vantagens indevidas em processos de falência de duas empresas, que tramitavam na 3ª Vara Cível da Comarca de Sete Lagoas, na Grande BH. Um dos juízes foi aposentado compulsoriamente em decorrência das investigações.
Um dos juízes teria aliciado, com o auxílio de uma advogada e um ex-assessor, diversos empresários que financiavam e adquiriam créditos de falência, obtendo grandes somas com essas transações. Os valores que pagavam pelos créditos de falência eram baixos, por causa do alto risco de receberem muito pouco ou mesmo nada em troca, mas a recompensa se multiplicava porque, após modificar completamente o processo, o magistrado determinava o pagamento desses créditos bem acima do esperado dos demais credores – Fazendas Federal, Estadual e Municipal.
Além dos mandados de busca e apreensão, cumpridos em Sete Lagoas, Teófilo Otoni e Carlos Chagas e nas cidades capixabas de Vila Velha e Pinheiros – também foram decretadas 18 medidas cautelares. Elas proíbem os investigados de fazer contato com os demais suspeitos e sair do país.
Além disso, foram decretados bloqueio de dinheiro em contas bancárias e de investimentos que totalizam cerca de R$ 65 milhões, sequestro de bens imóveis e indisponibilidade de veículos.
A Polícia Federal explicou que o nome da operação é referência às condutas ilícitas investigadas que se traduzem em atos contrários a um julgamento justo.
