Natureza
Bicho-preguiça e até capivara: conheça as espécies encontradas no Morro do Moreno
Estudo realizado em Vila Velha mapeou mais de 129 espécies entre insetos, mamíferos, pássaros, répteis e anfíbios
O capixaba que nunca fez uma trilha no Morro do Moreno, com certeza planeja fazer. Localizado na Praia da Costa, o morro é um dos pontos turísticos mais queridos do Estado. E quem passa por lá com certeza já se encantou com algum dos animais que fazem parte da fauna.
A área é considerada um monumento natural e é tão importante que mobiliza estudiosos e autoridades em torno do conhecimento e da preservação da região. Preguiças, capivaras, saguis, pássaros, répteis, anfíbios e insetos de muitos tipos. A lista de animais é grande, são mais de 129 espécies que podem ser encontradas nessa área.
Seja pela fofura, seja pela velocidade de seus movimentos, um dos animais que mais chamam a atenção dos visitantes é a preguiça. De acordo com o biólogo e coordenador de Fauna da Secretaria de Meio Ambiente de Vila Velha, Alexandre Wandenkolken Afonso, duas espécies de preguiças vivem no local: a preguiça-de-coleira e a preguiça comum.
O especialista afirma que as preguiças são consideradas espécies “guarda-chuvas”, pois a presença delas na região promove a proteção das outras espécies que convivem ali. “A gente chama de espécies guarda-chuvas porque elas tornam o ambiente mais protegido para outras espécies. Por ser simpática para as pessoas, ela protege e preserva o ambiente dela e consequentemente de outras espécies. E como ela tem um ciclo de vida longo, ela vai promover essa proteção por muito tempo”, explica o biólogo.
Injustiçado
Ainda entre os mamíferos, chamam a atenção a capivara, o tamanduá, o gambá e o sagui-da-cara-branca. O gambá, muito conhecido por ser feio e fedorento, é na verdade, um animal muito injustiçado, garante o coordenador. “O gambá é um marsupial do Brasil, equivalente ao canguru na Austrália. Ele é extremamente injustiçado. As pessoas ficam com medo, acham feio e algumas até matam. Mas é um bicho que presta um serviço ecológico gigantesco, porque se alimenta de escorpiões. Ele é um dos maiores predadores de escorpiões. Esse animal, na região do Morro do Moreno, ele se alimenta de serpentes, ele consegue controlar a população de serpentes no Morro do Moreno, então ele presta um serviço ambiental muito grande”, esclarece.
Alimentação e doenças
Outra espécie que encanta qualquer visitante é o sagui-da-cara-branca. Mas o amor das pessoas por esses animais tem trazido um sério problema para o equilíbrio da região. O biólogo conta que muitas pessoas, até bem-intencionadas, levam alimentos para esses animais, pois eles são amigáveis, acabam tocando e interagindo excessivamente com eles e o pior acontece: a transmissão de doenças de humanos para os animais. “O herpes vírus, nos humanos, não passa de feridas, mas nos saguis, a gente já sabe que ele atinge o sistema nervoso central e é letal para esses animais. Já houve casos dessa doença nos saguis do Morro do Convento, por exemplo.”
Interação
Para evitar esse tipo de problema, a orientação do especialista é que os visitantes não alimentem, não toquem os animais e interajam o mínimo possível. “A melhor forma de interagir com esses animais é simplesmente visualizando e escutando. É necessário evitar aproximação, pois são animais silvestres. Por mais que eles demonstrem estar acostumados com a presença do ser humano e se aproximem, a aproximação pode desencadear uma reação agressiva por parte desses animais, uma mordedura, uma arranhadura. Então a melhor forma de interação é visualizando, contemplando e escutando a vocalização.”
Estudo
A prefeitura de Vila Velha tem um estudo aprofundado sobre a fauna e a flora do Morro do Moreno, feito em parceria com a Vichi Gestão de Projetos e homologado em novembro de 2023. O Plano de Manejo do Monumento Natural Morro do Moreno tem mais de 900 páginas e traz uma vasta quantidade de informações sobre a vegetação e os animais da área.
Espécies no Morro do Moreno
1. Aves – são 99 espécies de aves, entre elas:
Mimus gilvus antelius (sabiá-da-praia) – classificada como “Em Perigo” na lista estadual de espécies ameaçadas;
Phullodytes luteolus (perereca-de-bromélia);
Scinax argyreornatus (perereca);
Eupsittula aurea (periquito-rei);
2. Répteis e anfíbios – são 16 espécies registradas, incluindo:
Ameiva ameiva (calango-verde)
Oxybelis aeneus (bicuda)
Anfíbios: 14 espécies, alocadas em cinco família
3. Mamíferos – são 14 espécies de mamíferos silvestres, sendo 12 nativas e 2 exóticas e invasoras.
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