Dinheiro
Setores de agro e rochas do ES buscam soluções contra tarifaço dos EUA
Nesta segunda-feira, representantes dos setores se reuniram com o vice-governador Ricardo Ferraço

Durante o dia, o vice-governador se reuniu com representantes do agro e rochas para discutir os impactos do tarifaço. Foto: Divulgação (Governo)
O Governo do Espírito Santo promoveu nesta segunda-feira (28), no Palácio da Fonte Grande, em Vitória, duas reuniões com representantes dos setores mais impactados pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos. Os encontros fazem parte das ações do Comitê de Acompanhamento e Mitigação das Tarifas Econômicas, criado pelo estado para avaliar os prejuízos e buscar soluções conjuntas.
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Pela manhã, às 10 horas, o foco foi o setor do agronegócio. Já no período da tarde, às 16 horas, foi a vez da cadeia de rochas ornamentais se reunir com integrantes do governo. As duas agendas tiveram a participação de empresários, lideranças setoriais e técnicos das secretarias estaduais.
Durante a reunião com produtores e representantes do agro, foram debatidos os impactos diretos da tarifa de 50% anunciada pelos EUA sobre produtos brasileiros. O Espírito Santo, que exporta diversos produtos para os EUA, como o café, por exemplo, pode sofrer retrações nos embarques e perda de competitividade. Já na reunião com o setor de rochas ornamentais, lideranças apresentaram dados sobre as perdas acumuladas desde o anúncio das tarifas.
Para o vice-governador do estado e líder do comitê, Ricardo Ferraço, o tarifaço é absolutamente injusto e causa grande preocupação para a economia capixaba. “A possibilidade real de redução de oportunidades no mercado de trabalho nos preocupa e muito. Nesse primeiro momento vamos diagnosticar o alcance, o impacto dessa medida na economia do Espírito Santo e com foco na manutenção dos empregos e da saúde das empresas exportadoras. Cadeias importantes como aço e derivados de ferro, a celulose, café, a pimenta do reino, gengibre, frutas, macadâmia, pescado, rochas naturais e outros estão conosco nessas rodadas de conversas com o comitê. De tudo que exportamos aqui no Espírito Santo, praticamente 30% tem como mercado os Estados Unidos”, reforçou Ferraço.
O Espírito Santo é responsável por 95% das exportações brasileiras de rochas ornamentais para os EUA. Segundo dados do próprio setor, os embarques para o mercado americano cresceram mais de 24% no primeiro semestre de 2025, antes da imposição das tarifas.
O comitê estadual analisa alternativas para minimizar os danos econômicos, incluindo linhas de crédito emergenciais pelo Bandes e Banestes, apoio à abertura de novos mercados e articulação com o governo federal. A Procuradoria-Geral do estado também acompanha possíveis questionamentos legais ou diplomáticos que envolvam o comércio internacional.
Além de representantes do setor privado, participaram das reuniões as secretarias de Desenvolvimento, Fazenda, Agricultura, Economia e Planejamento, além da Casa Civil. As propostas levantadas serão sistematizadas e apresentadas nos próximos encontros do comitê, que terá reuniões periódicas.
