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Dinheiro

Produtores do ES lutam para salvar gado, e leite não para de subir

Seca e falta de alimentos para rebanho produtor de leite no sul do Espírito Santo encarece o produto e seus derivados

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Pasto. Foto: Pixabay

Quem vai regularmente ao supermercado já deve ter sentido no bolso a alta nos preços do leite e derivados nos últimos meses. No Espírito Santo, o leite longa vida foi o produto que teve maior elevação de junho para julho, subindo 30,78%. Já o queijo ficou na quarta colocação, com elevação de 10,1% e a manteiga foi o 11º produto com maior alta, com aumento de 5,53%. Os dados são do IBGE.

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Os principais problemas que contribuíram para a alta nos preços, segundo o representante da cooperativa de laticínios e presidente da Selita Rubens Moreira, foi a defasagem que já havia no preço do leite e a alta – e falta – de alimentos para os animais, já que o preço dos grãos subiu muito.

A estiagem que começou mais cedo no sul do estado também contribuiu para o cenário negativo, visto que muitos produtores não conseguiram cuidar das forageiras, pasto para alimentação do rebanho.

Para o representante dos produtores, a situação dos produtores do sul para cuidar dos animais é dramática. Ele garante que a cadeia de abastecimento ainda vai conseguir suprir a necessidade dos consumidores nos próximos meses, visto que estão buscando leite e alimentos para gado em outros estados, mas o foco agora são os animais.

“Se for me basear no serviço de meteorologia, se chover só em outubro, não vai sobrar nada”, disse Rubens sobre a situação do rebanho no sul do Estado. Ele explica que não há tempo hábil para montar um sistema de irrigação alternativo para amenizar a situação e conta que vem buscando alimentos para os animais – como cana e foragiras – em cidades da região norte do Rio de Janeiro e distribuindo para produtores menores.

A previsão é que nesta semana ocorra uma reunião entre as cooperativas para unir forças para salvar os animais, principalmente o de produtores menores, que não teriam condições de repor o rebanho. “Nesse ano não está faltando água, porque choveu muito em 2021 e 2020 e os lençóis freáticos dão conta. O gado não está morrendo de sede é fome mesmo. A seca está ainda mais intensa nos municípios litorâneos. Agora o momento não é de produzir o leite e sim salvar os animais”, frisa.

Quilo da muçarela chega a R$ 80

Enquanto os produtores lutam para salvar os animais, o preço dos derivados do leite continua subindo em escalada nos supermercados. O que mais tem chamado a atenção dos consumidores é o aumento da muçarela, que já chega a custar R$ 79,90 o quilo (Veneza, no Extrabom). Se a opção for o produto sem lactose, sobe para R$ 116 o quilo (Lacfree no Perim). Há também marcas com preço na cada dos R$ 60, como a Capel a R$ 69,90 e a Bimbo a R$ 66,90 no Perim. A muçarela custava entre R$ 30 e R$ 40 há alguns meses.

Já a manteiga, cujo pote de 200 gramas custava em média de R$ 8 a R$ 10 já está chegando a R$ 15,80, caso da Selita no Carone.

Os preços foram levantados no aplicativo Menor Preço, que registra as vendas em tempo real pela nota fiscal eletrônica, nesta segunda-feira (15).


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