Nova gasolina chega ao ES. Veja o que muda no bolso e no carro

A gasolina será vendida sem impostos na próxima quinta-feira (6). Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

Motoristas do Espírito Santo já estão abastecendo os veículos com a nova gasolina, que agora possui maior proporção de etanol em sua composição. A medida começou a valer em 1º de agosto e eleva de 27% para 30% a mistura do biocombustível, batizada de E30.

Além disso, o percentual de biodiesel no diesel subiu de 14% para 15% (B15), conforme decisão do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). Com a adoção do E30, o Brasil volta a ser autossuficiente em gasolina após 15 anos. A expectativa é de que a mudança ajude a reduzir os preços nas bombas, com estimativa de queda de até R$ 0,20 por litro.

O Ministério de Minas e Energia informou que os testes realizados pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobras (Cenpes) não identificaram problemas técnicos para a frota em circulação.

Apesar dos benefícios econômicos e ambientais, a alteração preocupa proprietários de carros fabricados antes dos anos 1990. Esses modelos, que não são flex, podem sofrer danos em mangueiras, plásticos e até em metais, mais suscetíveis à oxidação com o etanol.

O presidente da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Edson Orikassa, alerta que “alguns veículos antigos podem não ter proteção contra esse desgaste”. Para esse público, a recomendação é utilizar gasolina premium, que mantém a fórmula anterior, mas tem preço mais alto — cerca de R$ 4 o litro.

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Outro grupo que merece atenção são os veículos importados a gasolina. O professor de engenharia automotiva da UnB, Alessandro Oliveira, lembra que ainda não há estudos conclusivos sobre o efeito do E30 na durabilidade desses motores. Ele destaca que “alguns modelos já apresentam problemas mesmo com a gasolina que tem 25% de etanol”.

Nos veículos flex, que representam 88% dos carros novos licenciados no país, a alteração não traz riscos. “O carro flex já é preparado para isso. Inclusive, pode rodar 100% com álcool sem problema”, afirma Orikassa. Segundo Oliveira, pode haver um leve aumento no consumo, mas pouco significativo.

A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) confirmou que os testes de durabilidade para modelos a gasolina ainda estão em andamento. Por isso, a gasolina premium permaneceu sem alteração na fórmula, como alternativa para quem deseja maior segurança.

A nova mistura já vale para gasolina comum e aditivada em todo o território nacional.