Dinheiro
Motoristas de app ganham 2 salários e trabalham 40h semanais, diz pesquisa
A informação foi revelada por uma pesquisa divulgada pelo IBGE que traçou o perfil desses profissionais

Maioria dos motoristas e entregadores de app ganham cerca de 2 salários . Foto: Chico Guedes
Uma pesquisa inédita do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quarta-feira, apresenta um retrato detalhado dos trabalhadores de aplicativos no Brasil, um setor predominantemente masculino e com jornadas de trabalho intensas. O estudo mostra que, no quarto trimestre de 2022, o país contava com 1,5 milhão de trabalhadores atuando por meio de plataformas digitais de serviço, o que corresponde a 1,7% da população ocupada no setor privado.
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Demografia e Rendimentos
Os entregadores e motoristas de aplicativo têm uma renda média mensal de dois salários mínimos, trabalhando mais de 40 horas por semana. A maioria desses profissionais são homens com menos de 40 anos, possuindo níveis intermediários de escolaridade e residindo, predominantemente, na região Sudeste.
Distribuição por Setor
A distribuição desses trabalhadores nas plataformas digitais é diversificada: 47,2% atuam em aplicativos de transporte de passageiros (exceto táxi), enquanto 39,5% estão envolvidos em aplicativos de entrega de comida e produtos.
Comparativo de Rendimento e Jornada
Os “trabalhadores plataforma”, como são chamados, apresentam um rendimento mensal médio de R$ 2.645, superando a média salarial das pessoas que não utilizam plataformas, que é de R$ 2.510. No entanto, eles enfrentam uma jornada semanal média de 46 horas, em comparação com 39,5 horas entre os demais profissionais brasileiros.
Detalhes Regionais e de Gênero
A pesquisa também revela que a região Sudeste concentra 57,9% desses trabalhadores. E, ao considerar a distribuição por gênero, há uma predominância masculina significativa no setor, com homens representando 81,3% desses profissionais.
Previdência e Contribuições
Uma discrepância importante destacada pelo IBGE é a contribuição para a previdência. Entre os “trabalhadores plataforma”, apenas 35,7% contribuíram para o instituto de previdência, um número consideravelmente menor quando comparado com a média geral de trabalhadores brasileiros, que é de 60,8%.
A Educação e o Rendimento
A pesquisa destaca, ainda, diferenças nos rendimentos baseadas nos níveis de escolaridade. Para aqueles com ensino superior completo, os “trabalhadores plataforma” recebem, em média, 19,2% menos do que aqueles que não atuam por meio de aplicativos de serviço.
Este estudo do IBGE lança luz sobre a natureza complexa e desafiadora do trabalho em plataformas digitais, equilibrando maiores salários com jornadas mais extensas e outras variáveis que afetam as condições de trabalho desses profissionais no Brasil.
