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“Cidade de 15 minutos”: conceito europeu pode funcionar no ES

Nesse modelo europeu, escolas, mercados, parques e centros de saúde ficam próximos às residências, permitindo que os moradores não precisem depender de carros

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Ciclovia da Terceira Ponte. Foto: Danielli Saquetto

Ciclovia da Vida terá segurança armada. Foto: Danielli Saquetto

Imagine uma cidade onde tudo o que você precisa está a poucos minutos a pé ou de bicicleta. Esse é o conceito das “cidades de 15 minutos”, idealizado por um urbanista francês para transformar os desafios dos grandes centros urbanos em oportunidades de uma vida mais sustentável e integrada. Nesse modelo, escolas, mercados, parques e centros de saúde ficam próximos às residências, permitindo que os moradores realizem suas atividades cotidianas sem depender de carros. Além de reduzir congestionamentos e poluição, a proposta incentiva o uso de transportes não motorizados, promovendo um estilo de vida mais saudável.

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Cidades como Paris, Barcelona e Melbourne já têm adotado essa abordagem, com investimentos em ciclovias, calçadas amplas e espaços públicos revitalizados. No Brasil, a arquiteta e urbanista Mariany Abreu, do Instituto de Arquitetos do Brasil no Espírito Santo (IAB-ES), acredita que a Grande Vitória possui grande potencial para implementar projetos sustentáveis. Ela destaca a beleza natural da região e a crescente participação comunitária no planejamento urbano, mas ressalta a necessidade de focar nas demandas sociais e na qualidade dos espaços públicos.

Mariany aponta que o modelo enfrenta desafios políticos e econômicos. “É possível colher benefícios através de estratégias de desenvolvimento urbano sustentável, como o planejamento participativo, melhorias na mobilidade urbana e a criação de mais espaços verdes públicos. Políticas habitacionais sociais, que garantam moradias dignas e acessíveis, também são fundamentais, assim como a integração de diferentes meios de transporte público, como VLTs, bondes e sistemas aquaviários adaptados às necessidades locais”, afirma.

Ela também destaca que construções verticalizadas não garantem alta densidade populacional. Em Vitória, o mercado imobiliário concentra habitações de alto padrão em áreas privilegiadas, enquanto as habitações de interesse social ficam em regiões periféricas. Para transformar a Grande Vitória em uma cidade de 15 minutos, Mariany defende a criação de políticas habitacionais inclusivas, parques urbanos, ruas exclusivas para pedestres e a diversificação do transporte público.

A arquiteta reforça que regulamentar políticas públicas é essencial para tornar o projeto viável. Investimentos em educação e capacitação, construção de equipamentos comunitários de saúde, lazer e segurança, além da priorização de espaços públicos de qualidade, são indispensáveis. “Esses esforços, a médio e longo prazo, podem transformar a cidade em um espaço mais interativo, seguro e sustentável, capaz de atender às demandas populacionais de maneira saudável”, conclui.


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