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Bebidas alcoólicas lideram os impostos nos itens da ceia de Ano Novo

Vinho importado e uísque são os produtos com maiores percentuais de tributos, chegando a mais de 60% de seu valor final destinado aos cofres públicos

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Peso dos tributos na ceia do ano novo pode causar um impacto expressivo no orçamento das famílias. Foto: Freepik

Peso dos tributos na ceia do ano novo pode causar um impacto expressivo no orçamento das famílias. Foto: Freepik

Os brasileiros que estão se organizando para a ceia de Ano Novo precisam lidar com uma alta carga tributária em diversos produtos típicos das festividades. Bebidas alcoólicas, como o vinho importado, estão no topo da lista de itens mais taxados, com 64,57% do valor final destinado aos cofres públicos. O levantamento é do advogado tributarista Samir Nemer.

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De acordo com Nemer, a tributação sobre o consumo no Brasil é elevada, especialmente em itens considerados supérfluos. Além do vinho importado, bebidas como uísque (56,40%) e vodca (54,72%) também estão entre as mais tributadas. Já os vinhos e espumantes nacionais possuem carga menor, mas ainda significativa: 45,56%. A cerveja, bastante popular nas festas, tem 39,07% de seu preço composto por tributos.

“A tributação brasileira é extremamente onerosa sobre o consumo, especialmente em produtos considerados supérfluos, como bebidas alcoólicas. O vinho importado, por exemplo, é um dos itens mais taxados, o que explica os preços elevados nas prateleiras”, explicou Nemer, que é sócio do escritório FurtadoNemer Advogados.

Menos tributados

Embora os alimentos tradicionais da ceia de ano novo sejam menos tributados que as bebidas, a carga tributária sobre eles ainda é relevante. Produtos como peru, Chester e pernil têm 35,78% de seus preços formados por impostos. As lentilhas, que simbolizam prosperidade, apresentam percentual semelhante (35,30%). Alimentos básicos, como arroz (17,51%) e frutas (23,30%), sofrem menos impacto devido ao princípio da essencialidade, que prioriza itens essenciais à sobrevivência.

“De modo geral, os alimentos têm carga tributária mais baixa, mas isso não significa que o impacto no orçamento das famílias seja pequeno, especialmente para aquelas de menor renda”, alertou Nemer.

O peso dos tributos na ceia pode causar um impacto expressivo no orçamento das famílias, especialmente as de menor renda. Nemer destaca a importância de os consumidores se informarem sobre os impostos embutidos nos produtos. “Poucos consumidores se dão conta de que, ao comprar um vinho de R$ 100, mais de R$ 60 vão para os cofres públicos. Esse conhecimento é essencial não só para planejar a ceia, mas também para cobrar políticas tributárias mais justas e eficazes”, declarou.

Reforma tributária

Com a reforma tributária aprovada no Congresso Nacional e enviada para a sanção presidencial, o advogado destaca que haverá a implementação do Imposto Seletivo, que incidirá sobre bens considerados prejudiciais à saúde, como bebidas alcoólicas. Isso poderá elevar ainda mais os percentuais que já altos.

“O Brasil possui uma das maiores cargas tributárias do mundo, mas o retorno em serviços para a população é considerado um dos piores, segundo estudos do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação). Precisamos, como sociedade, entender e questionar como esses recursos são aplicados”, completou.

Ranking

  1. Vinho importado: 64,57%
  2. Uísque: 56,40%
  3. Vodca: 54,72%
  4. Vinho nacional e espumante: 45,56%
  5. Cachaça: 43,86%
  6. Cerveja: 39,07%
  7. Chocolate: 38,25%
  8. Sorvete: 38,73%
  9. Nozes: 36,98%
  10. Refrigerante em lata: 36,56%
  11. Panetone: 36,50%
  12. Colomba pascal de chocolate: 36,02%
  13. Peru, chester e pernil: 35,78%
  14. Lentilha: 35,30%
  15. Bacalhau importado: 34,58%
  16. Frango: 31,22%
  17. Peixes: 27,55%
  18. Frutas: 23,30%
  19. Pão: 20,87%
  20. Arroz: 17,51%

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