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Dinheiro

Bares e restaurantes têm vagas no ES, mas não acham trabalhadores

A falta de mão de obra é a principal reclamação de bares e restaurantes no Espírito Santo

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trabalhadores de bares e restaurantes

O setor de bares e restaurantes estão com dificuldade para achar mão de obra. Foto: Divulgação

Dificuldade de encontrar mão de obra e manter os trabalhadores nos estabelecimentos comerciais no Espírito Santo. Esses têm sido os principais desafios de empresários e comerciantes que atuam em setores alimentícios. Para se ter uma ideia do problema, na Grande Vitória existem redes de padarias que estão com cerca de 100 vagas de emprego abertas e que não conseguem ser preenchidas. 

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De acordo com o presidente da Associação da Indústria de Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Aipães), Júnior Jodima, atualmente não existe desemprego para quem busca trabalho no setor. A área de atendimento e serviço das padarias são as mais prejudicadas com a falta de mão de obra. 

“Hoje posso dizer que todas as padarias têm vagas de emprego. Umas mais outras menos. Temos uma rede com sete padarias, por exemplo, que tem mais de 100 vagas e não consegue mão de obra”, disse.

Jodima aponta alguns fatores para o baixo interesse de trabalhadores nas vagas. Uma delas são os benefícios sociais a que muitos trabalhadores têm direito, como o Bolsa Família. “Quem nos procura não quer trabalhar com carteira assinada para não perder o auxílio do Governo. Então ele opta por não trabalhar, recebe o auxílio, faz uns dois ou três bicos e no final do mês tem dois ou três mil. Mesmo as padarias pagando benefícios como plano de saúde, plano odontológico, 13º e seguro de vida eles não aceitam”. 

 

Outro ponto destacado pelo empresário é que a nova geração tem optado por não trabalhar sábado, domingo e feriado para ter uma melhor qualidade de vida. “Muitos querem trabalhar só de manhã, outros só à tarde. São valores que acabam dificultando para nós porque as padarias funcionam de 6h às 21 horas todos os dias”. 

Para tentar atrair trabalhadores, Jodima afirmou que o setor tem buscado oferecer cursos de qualificação com a exigência de fazer o estágio nas padarias. “E no final tem a chance de ser contratados. É uma forma de trazer a mão de obra, mas mesmo assim está difícil. Há padarias, de forma individual, reduzindo as exigências para a contratação. Isso gera um esforço grande porque tem que treinar do zero. E muitas vezes isso acaba refletindo no atendimento”. 

O problema também atinge os bares e restaurantes do estado. O presidente do Sindbares, Rodrigo Vervloet, reforça que a falta de mão de obra é causada principalmente pelos auxílios assistenciais que as pessoas de baixa renda têm direito. 

“Outra razão é a falta do desejo pela formalização do vínculo de emprego. A mão de obra descobriu a informalidade, que é uma grande competidora da empregabilidade. Nós temos um problema social que permeia a sociedade, mas que para o nosso setor faz muita diferença”. 

Baixos salários 

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Bares e Restaurantes do Espírito Santo (Sintrabares-ES), Paulo Nascimento, reconhece a dificuldade do setor. Mas as causas, segundo ele, são diferentes das apresentadas pelos empresários. 

Para ele, as baixas remunerações são fatores determinantes para o preenchimento das vagas atualmente. Ele afirma que é visível o crescimento dos estabelecimentos voltados para a gastronomia, mas o salário continua baixo. Para se ter uma ideia, por exemplo, o piso da categoria hoje é de R$ 1,4 mil para uma escala de oito horas e seis dias por semana. 

“O setor ficou dois anos parado por causa da pandemia. Muitos restaurantes demitiram e mais da metade da mão de obra teve que criar outras formas para sobreviver, acabou criando alternativas e saíram do mercado formal. Hoje, a diária para um trabalhador freelancer é de R$ 150 para entrar muitas vezes às 15 horas e sair às duas da madrugada”, destacou. 

Outro fator apontado pelo sindicato é a migração do trabalhador do comércio para a indústria após a pandemia. “O grande problema é que se não melhorar a média salarial o setor vai continuar com o entra e sai do trabalhador. Vários migraram para a indústria, por exemplo, onde o salário é melhor e tem mais benefícios”, pontuou. 


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