Dinheiro
Ainda vale a pena comprar um carro zero?
Para tomar a decisão entre comprar um automóvel, alugar ou utilizar aplicativos de transporte, é preciso avaliar vários fatores
Em tempos em que o carro zero quilômetro sofre uma escalada nos preços pela crise dos semicondutores e há grande oferta de veículos por aplicativo e até opção de assinatura de carro, uma dúvida comum na hora de pensar sobre o deslocamento é: ainda vale a pena comprar um automóvel?
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Se há alguns anos a compra do primeiro carro popular era um evento marcante para muitos jovens, hoje tende a se levar em conta os valores que vão além da compra principal, como taxas e impostos e também o pagamento de seguros, manutenção e estacionamento.
Para se ter uma ideia do aumento, um Hyundai HB20 1.0 de entrada custava R$ 65 mil no início de 2020, segundo dados da tabela Fipe. Em 2021, o mesmo carro zero passou a custar R$ 69,8 mil e, em 2022, subiu para R$ 77,8 mil.
A escalada foi ainda maior no concorrente Ônix, da Chevrolet. Ele saiu de R$ 50 mil em 2020 para R$ 58 mil em R$ 2021 e agora custa a partir de R$ 72 mil.
Diante disso, muitos optam por se locomover por carros de aplicativos ou ainda aderir a uma nova modalidade que é a assinatura de um veículo zero quilômetro, por um ou dois anos.
Para tomar a decisão entre comprar um automóvel, alugar ou utilizar aplicativos de transporte, é preciso avaliar vários fatores, principalmente relacionados à rotina de deslocamento da pessoa e da família, opina o economista e professor da Fucape Felipe Storch.
Economia com assinatura
Em defesa do recente serviço de assinatura, em que a pessoa fica com um carro zero quilômetro de um a dois anos, a depender do plano, a gerente do V1 Assinatura, Carol Milanez, diz que a economia pode ser de mais de R$ 25 mil ao aderir a assinatura ao invés da compra do mesmo carro.
Numa simulação com um VW T-Cross automático, que custa R$ 132 mil, fazer a assinatura por dois anos vai custar R$ 56 mil, com despesa mensal de R$ 2.341, sem pagar pelos impostos, manutenção e seguro.
Considerando uma entrada de quase R$ 40 mil, o pagamento do restante do carro em dois anos e todos os impostos, seguro, manutenção e a depreciação no valor do carro, vender o bem depois também de dois anos resultaria em um gasto de R$ 81 mil. Portanto, nessa visão, alugar um veículo acaba saindo mais barato.
“A assinatura de dois anos é uma boa opção porque depois desse tempo é que o carro próprio começa a trazer prejuízo. Dessa forma, a pessoa consegue estar com carro zero de três em três anos sem se preocupar com as despesas”, detalha Carol Milanez.
Comodidade e liberdade com carro próprio
Por outro lado, ter o carro próprio proporciona comodidade de ter o carro à disposição sempre que precisa ao comparar com o uso de aplicativos. E ao comparar com o carro com assinatura, também há mais liberdade no uso do veículo, principalmente em finais de semana e viagens, pois a cada plano da assinatura limita uma quilometragem por mês.
“Com o aumento no preço do combustível está mais difícil pegar carro, principalmente se forem corridas pequenas. Quando tinha mais motoristas nos apps era mais rápido e ágil conseguir ser transportado. Agora, é preciso ter planejamento para sair de casa com antecedência e começar a fazer pedido no aplicativo”, lembra o economista e professor da Fucape Felipe Storch.
Na avaliação do professor, o mais importante é que a pessoa avalie sua rotina e necessidades. Se continua trabalhando em home office, por exemplo, ou mora perto do trabalho, acaba que usa pouco o carro e o custo para mantê-lo pode acabar se tornando alto. Dessa forma, uma alternativa é usar os carros por aplicativo quando há deslocamentos longos e esporádicos.
“Não há uma resposta certa para essa pergunta, depende muito do perfil do consumidor e procurar o que vai melhor te atender”, frisa Storch.
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