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Dia a dia

Violinos vendidos no exterior eram feitos com pau-brasil ilegal do ES

Quadrilha presa pela Polícia Federal teria lucrado cerca de R$ 370 milhões com a extração ilegal praticada no Espírito Santo

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As madeiras extraídas irregularmente eram usadas na confecção de instrumentos musicais. Foto: Divulgação (Polícia Federal).

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta terça-feira (8), uma operação para prender uma quadrilha especializada em extração ilegal de Pau-Brasil em diversos municípios do Espírito Santo.

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A madeira era utilizada na fabricação de instrumentos musicais comercializados no exterior e o lucro estimado com a transação era de R$ 370 milhões.

Além do Espírito Santo, a quadrilha atuava também no Rio de Janeiro, Bahia e Alagoas e era especializada na exploração ilegal de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção, em especial, o Pau-Brasil.

As investigações começaram após fiscalização realizada pelo IBAMA durante a Operação “DÓ RÉ MI” que resultaram em apreensões de mais de 42 mil varetas de Pau-brasil, além de mais de 150 toretes de madeira.

Segundo a Polícia Federal, a atuação criminosa usava o Pau-Brasil extraído clandestinamente na comercialização do produto acabado em formato de arcos de violino e contrabaixo.

Além disso, também era usado na forma de varetas (produto não finalizado) para o exterior, sem qualquer controle das autoridades brasileiras, mediante a burla nos canais de fiscalização da Receita e do Ibama.

O arco é o produto final produzido a partir da vareta. No Brasil as varetas são adquiridas por valores que giram entre R$ 20 e R$ 40, mas os arcos podem ser comercializados no exterior por até R$ 14.6 mil.

Ao todo, foram cumpridos 37 mandados de busca e apreensão expedidos pela Vara Federal Criminal de Linhares/ES. No Espírito Santo são cumpridos mandatos em Domingos Martins, Santa Teresa, Linhares, Joao Neiva e Aracruz.

Os investigados poderão responder pela prática de Associação Criminosa, Contrabando, Crimes Contra à Flora, por Outros Crimes Ambientais e Contra à Administração Ambiental com penas combinadas que podem ultrapassar 15 anos de prisão. Por parte do produto do crime ter sido enviado ao exterior e por se tratar de espécie em extinção, a pena poderá ser agravada.