Veja a reprodução das mensagens recebidas por Marcos Do Val

A conversa entre o senador Marcos do Val e o ex-deputado Daniel Silveira envolvendo uma suposta tentativa de golpe de estado foram divulgadas na tarde desta quinta-feira (2). A denúncia foi feita pelo próprio senador capixaba em uma live durante a madrugada.

As conversas obtidas pela revista Veja mostram como foi marcado o encontro para a reunião entre Do Val, Daniel Silveira e o ex-presidente Bolsonaro. As mensagens também revelam contato de Silveira solicitando a confirmação do participação do senador no suposto plano de golpe. 

Em uma das mensagens, Silveira orienta o senador sobre o ponto de encontro da reunião e envia a localização onde ele deveria aguardar o carro da presidência ir buscá-lo. A ideia era não deixar nenhum registro no Palácio do Alvorada.

Em outro trecho divulgado pela revista, Silveira diz que nem o filho do presidente Flávio Bolsonaro estava sabendo do encontro e que ficaria restrito apenas entre três pessoas.

Na conversa, Silveira questiona se Do Val entendeu a “magnitude da ação” e que “ele” define o futuro na nação.

“Insisto em dizer que é uma oportunidade ímpar e, peço, não comente com ninguém. Mesmo com a esposa ou qualquer outro familiar. Essa é uma ação que somente você e seu inconsciente devem analisar”, disse Silveira durante a conversa.

Em outra mensagem, Silveira lembrou que as “escutas usadas em operações especiais” já estavam à disposição. E reforçou mais uma vez o apelo: “Se aceitar a missão, parafraseando o 01, salvamos o Brasil”.

Em uma quarta e última mensagem, o deputado lembra que “pessoas muito importantes e relevantes” estão envolvidas na operação e que todos depositavam nele “uma esperança sem precedentes”.

Do Val não responde e o deputado insiste em “fechar aquela conversa”, conforme mostra as mensagens divulgadas pela revista.

Os envolvidos foram procurados pela revista. Silveira afirmou por meio dos advogados que não poderia falar com jornalistas. Bolsonaro não foi encontrado pela reportagem e ainda não se pronunciou sobre a denúncia.

Já o senador confirmou ter participado da reunião e admitiu ter ouvido os detalhes do plano e decidiu relatar o caso ao ministro Alexandre de Moraes.

O senador relatou que os dois haviam lhe convidado para participar do que ele definiu como “uma ação esdrúxula, imoral e até criminal”. O ministro agendou o encontro pessoal dois dias após ser informado do golpe. 

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