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Dia a dia

Uma nova vida: a jornada de quem venceu o câncer

Após enfrentar um câncer de mama, Luzinet Cabral revela como transformou desafios em novas oportunidades de vida

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Luzinet Cabral

Luzinet Cabral ao lado da oncologista Alyssa Miranda. Foto: Arquivo Pessoal

“O câncer não foi o fim, mas o início de uma nova vida.” Aos 62 anos, depois de superar um tumor de mama, a vendedora Luzinet Cabral passou a enxergar cada dia como uma nova oportunidade de se desafiar. Os medos deram lugar a uma necessidade diária de estar atenta aos detalhes: “Hoje, a coisa que eu mais gosto é de um abraço. Dou valor a tudo aquilo que o dinheiro não compra; a vida é muito linda”.

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Mãe e avó, ela descobriu a doença – já em grau 5 – em 2022. Além da família, dos médicos e amigos, Luzinet teve a fé e a atividade física como grandes aliadas para superar o câncer.

“A palavra ‘desistir’ não pode existir no vocabulário de quem passa por uma doença como o câncer. Eu ia de salto para fazer a quimioterapia, para não deixar o meu astral cair. Tive todos os sintomas ruins do tratamento, mas resolvi me desafiar. Comecei me superando muito para conseguir fazer alongamento enquanto ainda estava na quimio. Depois, fui para a canoa havaiana, para a zumba e para a academia. Morria de medo do mar, mas aprendi a nadar em mar aberto. A atividade física me ajudou a superar todas as adversidades da doença. Se tivesse atividade física em comprimido, ninguém ficava doente”, afirma.

Desfechos felizes como o de Luzinet devem ser cada vez mais comuns. “Os avanços da tecnologia têm proporcionado melhorias não só no diagnóstico, com técnicas eficazes e inovadoras, mas também ganhos significativos em prevenção e tratamento da doença. A evolução no conhecimento sobre a célula tumoral e sua genética fez com que a doença fosse melhor compreendida, permitindo a identificação de mutações específicas relacionadas ao câncer, o que leva ao desenvolvimento de alvos terapêuticos. Sem dúvida, a maior parte dos pacientes diagnosticados em fase inicial e tratados de forma adequada será curada. E, para aquele grupo de pacientes que possui uma doença avançada ou metastática, ou seja, em atividade no organismo, a doença poderá ser muito bem controlada com o tratamento, permitindo uma vida mais longa e com qualidade”, explica a oncologista Alyssa Miranda, da São Bernardo Samp.

É verdade que o câncer de mama tem uma alta taxa de recuperação – que pode ultrapassar 90% nos casos de diagnóstico precoce –, mas a medicina acredita que o futuro trará um aumento nos diagnósticos e, consequentemente, uma taxa maior de cura.

“A incidência do câncer vai aumentar por uma razão simples: o envelhecimento da população. Quanto maior a expectativa de vida, maior a incidência de doenças crônicas. Quando se observa um aumento entre os jovens, as causas estão relacionadas a um conjunto de fatores, especialmente o estilo de vida, com hábitos alimentares ruins que predispõem ao risco de obesidade, sedentarismo, consumo de álcool, tabaco e cigarros eletrônicos. Compreender e reduzir esses fatores de risco modificáveis é fundamental na prevenção da doença. Outro fator importante é conhecer sua história familiar e genética, identificando assim alguma mutação que aumente sua chance de desenvolver a doença e, dessa forma, realizar exames de rastreio de forma mais precoce”, afirma a médica.

“Oferecer o tratamento certo, para o paciente certo, no momento certo. Enxergar o paciente de forma integral, com um cuidado multidisciplinar orquestrado. Fazer com que os pacientes vivam com a doença controlada por muitos anos e mantenham sua percepção de saúde e bem-estar. O paciente merece um olhar que vá além da doença. Precisamos avançar em meios de garantir que esse acesso seja para todos. Entender para quem e em que medida um tratamento pode ser eficaz”, avalia a oncologista.

Para aqueles que estão na luta contra a doença, fica o recado de Luzinet: “Tudo passa. Vai passar. O que não pode é se entregar”.


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