Dia a dia
Ufes: greve tem RU fechado e “invasão” de professor
Reitoria suspende as atividades e também o funcionamento do Restaurante Universitário; Adufes adquire 600 marmitas para estudantes
A greve dos professores na Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) começou nesta segunda-feira (15) com um ato às 8 horas no portão do campus de Goiabeiras, em Vitória. Com a suspensão das atividades e o bloqueio dos acessos, a reitoria suspendeu as atividades e também o funcionamento do Restaurante Universitário, em Goiabeiras. Em contrapartida, a Associação dos Docentes da Universidade Federal do Espírito Santo (Adufes) comprou 600 marmitas para garantir a alimentação estudantil.
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Em comunicado no site oficial, a Ufes informou que, devido à greve dos professores, os portões de acesso ao campus de Goiabeiras foram bloqueados pelo movimento paredista, “estando impedido o acesso para veículos e pedestres”. Em virtude disso, todas as atividades presenciais no campus estão suspensas nesta segunda-feira. As atividades do campus de Maruípe também serão suspensas, no turno vespertino.
A Administração Central da Ufes disse ainda que, em reunião realizada na semana passada com a diretoria da Adufes, na qual também se conversou sobre a paralisação, em nenhum momento a gestão da Universidade foi comunicada sobre esta ação, que “prejudica não só a circulação dentro do campus, mas também impede, por exemplo, o funcionamento do Restaurante Universitário, em Goiabeiras, o fornecimento de refeições para o campus de Maruípe, a abertura do Colégio de Aplicação (CAP) Criarte e da Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Experimental de Vitória, e demais serviços, como agências bancárias, cantinas etc”.
Entretanto, a Adufes garante que há um protocolo deliberado pelo Comando de Greve que estabelece o acesso dos trabalhadores e dos insumos pelo portão norte do campus de Goiabeiras. Os estudantes também teriam seu acesso liberado pelo mesmo portão nos horários do almoço e jantar. A Diretoria de Segurança e Logística da Ufes foi informada sobre esse protocolo e o Comando de Greve não foi procurado em nenhum momento no portão norte do campus de Goiabeiras, tendo sido acionado às 8h12 por meio de WhatsApp com a decisão já tomada de suspender o almoço, sem nenhuma negociação. Às 6h30 a Segurança da Ufes também foi avisada de que as/os trabalhadoras/es poderiam entrar.
“A Adufes adquiriu 600 marmitas que serão distribuídas para estudantes nos campi de Goiabeiras e Maruípe, em Vitória. A quantidade é suficiente para atender à quantidade de alunos que recebem assistência estudantil no campus de Maruípe. A ação foi necessária após a Administração Central da Ufes decidir suspender o almoço no Restaurante Universitário nesta segunda-feira. O motivo alegado foi a impossibilidade de entrada das/dos trabalhadoras/es e gêneros alimentícios para o preparo das refeições”, escreveu em comunicado a associação.
A Administração Central da Ufes afirma que reconhece a legitimidade do movimento e das pautas apresentadas pela categoria em nível nacional, mas atuará para que, durante a paralisação, o processo seja conduzido de forma a minimizar ao máximo os impactos para nossos estudantes, técnicos, docentes e para a sociedade. Reafirma que dará sequência ao diálogo com o comando local de greve e manterá a comunidade universitária informada.
PROFESSOR PULA GRADE
Devido à greve, professores da Ufes estão sendo impedidos de entrar na universidade. Nesta segunda-feira, um professor decidiu pular a grade que cerca o campus para poder entrar na faculdade e foi filmado.
GREVE
Professores das universidades e institutos federais do país entraram em greve nesta segunda-feira (15). Eles pedem o reajuste salarial de 22%, a ser dividido em três parcelas iguais de 7,06%.
O governo diz que não tem como fazer reajustes salariais este ano e apresentou a proposta de aumento no auxílio alimentação, de R$ 658, para R$ 1000, além de um reajuste de 51% no valor per capita da Saúde Suplementar e um reajuste no valor da assistência pré-escolar de R$ 321 para R$ 484,90. Mas o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN), pede além do reajuste, que os benefícios sejam equiparados aos auxílios dos servidores do Legislativo e do Judiciário e também a revogação de atos normativos criados durante governos anteriores.
O Ministério da Educação (MEC) informou, em nota, que tem dedicado todos os esforços para buscar alternativas de valorização dos servidores da educação. “No ano passado, o governo federal promoveu reajuste de 9% para todos os servidores. Equipes da pasta vêm participando da mesa nacional de negociação e das mesas específicas de técnicos e docentes instituídas pelo MGI, e da mesa setorial que trata de condições de trabalho”, disse.
Já o Ministério da Gestão e Inovação (MGI) ressaltou a oferta de reajustar os auxílios a partir de maio e disse que se compromete a abrir, até o mês de julho, todas as mesas específicas de carreiras solicitadas para dar tratamento às demandas e produzir acordos que sejam positivos aos servidores.
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