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Dia a dia

Crimes de trânsito: como andam os processos dos casos que chocaram o ES?

Esses casos não apenas chocaram, mas também trouxeram à tona discussões sobre a impunidade no trânsito e as tragédias causadas por imprudência

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Foram vários acidentes de trânsito que terminaram em morte. Foto: Reprodução

Foram vários acidentes de trânsito que terminaram em morte. Foto: Reprodução

Nos últimos anos, alguns acidentes de trânsito ganharam grande repercussão e comoveram os capixabas, levantando debates sobre a segurança no trânsito e as consequências para os envolvidos.

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O mais recente foi o caso do motorista Wenderson Fagundes Melo, de 20 anos, que atropelou mãe e filha enquanto elas atravessavam uma faixa de pedestres em frente ao Pronto Atendimento (PA) da Glória, em Vila Velha, que aconteceu no último dia 21.

Imagens de câmeras de segurança registraram o momento em que Wenderson atinge as vítimas, que haviam acabado de sair da unidade de saúde. A mãe, Mara Núbia, levou a filha, Laura Beatriz, de cinco anos, ao PA porque a menina estava passando mal. Ao saírem, foram arremessadas a cerca de 20 metros da faixa de pedestres. Laura Beatriz não resistiu aos ferimentos e faleceu dois dias depois, em 23 de agosto.

Laura Beatriz, de cinco anos, morreu nesta sexta-feira (23) em, Vitória

Laura Beatriz, de cinco anos, morreu nesta sexta-feira (23) em, Vitória. Foto: Arquivo Pessoal

Embora o motorista não tenha parado para prestar socorro após o acidente, ele se apresentou à Delegacia Regional de Vila Velha cerca de uma hora e vinte minutos depois. Ele foi liberado após pagar fiança de R$ 1.500 e foi autuado por lesão corporal culposa. Nesta segunda-feira (26), a Justiça determinou a prisão em flagrante de Wenderson Fagundes Melo.

Esses casos não apenas chocaram, mas também trouxeram à tona discussões sobre a impunidade no trânsito e as tragédias causadas por imprudência e desrespeito às leis. Relembre:

Arremessado da Terceira Ponte

Glênio Alves foi arremessado da motociclista após acidente na Terceira Ponte

Glênio Alves foi arremessado da motociclista após acidente na Terceira Ponte. Foto: Reprodução/WhatsApp

Um acidente recente que ganhou grande repercussão foi o de Glênio Alves, o motociclista envolvido em um grave acidente na descida da Terceira Ponte, em Vila Velha, que não resistiu aos ferimentos e morreu. O acidente ocorreu no dia 12 de junho, quando uma Pajero, conduzida por Dalva Noia Mattos, desviou para evitar colidir com o veículo à frente, resultando em uma colisão frontal com Glênio. Ele foi projetado contra a mureta de proteção e, posteriormente, caiu na rua São Paulo.

À Polícia Militar, a condutora do Pajero afirmou que trafegava na faixa do meio quando o trânsito parou repentinamente. Na tentativa de evitar um choque com o veículo à frente, ela desviou para a faixa da direita, onde Glênio Alves seguia em sua motocicleta. A manobra resultou em uma colisão frontal, projetando o motociclista contra a mureta de proteção e, em seguida, fazendo-o cair na rua São Paulo, em Vila Velha.

A Polícia Militar foi acionada para atender a ocorrência na Praia da Costa, e ao chegarem, encontraram a condutora sendo atendida por uma ambulância. O teste do etilômetro realizado nela deu negativo, afastando a hipótese de embriaguez.

Segundo a Polícia Civil, o caso segue sob investigação da Delegacia Especializada de Delitos de Trânsito (DDT) e não há detalhes que possam ser repassados, no momento.

Atropelamento ciclista em Camburi

Luisa foi atropelada em Camburi. Foto: Reprodução/Instagram

Outro caso que comoveu os capixabas foi o da modelo Luísa Lopes, de 24 anos, que pedalava na Avenida Dante Michelini, em Vitória, quando foi atingida por um veículo em 15 de abril de 2022. Segundo a polícia, a jovem foi arremessada sobre o carro com o impacto e arrastada por vários metros. A ciclista foi atendida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local.

Após depoimento na Delegacia Regional de Vitória, Adriana Felisberto Pereira foi autuada pelo crime previsto no Artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que se refere a conduzir veículo automotor com capacidade psicomotora alterada em razão da influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.

Adriana foi conduzida ao Presídio Feminino de Cariacica. Na audiência de custódia, pagou a fiança no valor de R$ 3 mil, arbitrada pelo juiz José Leão Ferreira Souto, e foi liberada no dia seguinte ao acidente que resultou na morte da modelo.

Segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), o processo tramita em segredo de Justiça, impedindo a divulgação de informações adicionais.

Racha na Terceira Ponte

Brunielly Oliveira e Kelvin Gonçalves morreram depois que tiveram a moto atingida na Terceira Ponte

Brunielly Oliveira e Kelvin Gonçalves morreram depois que tiveram a moto atingida na Terceira Ponte. Foto: Reprodução/Facebook

O casal Kelvin Gonçalves dos Santos, de 23 anos, e Brunielli Oliveira, de 17 anos, morreu em um acidente na Terceira Ponte no dia 22 de maio de 2019. A investigação apontou que o casal estava de moto quando foi atingido primeiro pelo carro dirigido pelo advogado Ivomar Rodrigues Gomes Júnior. A colisão derrubou o casal do veículo e, segundos depois, Brunielli foi atropelada novamente pelo carro dirigido por Oswaldo Venturini.

Após o acidente, ambos se recusaram a fazer o teste do bafômetro. No entanto, a polícia descobriu que eles estavam em uma boate minutos antes do acidente. A conta do advogado mostra que ele comprou bebidas alcoólicas no local. O laudo pericial da Polícia Civil sobre o acidente apontou que os veículos estavam a aproximadamente 150 km/h. O documento concluiu que a velocidade dos veículos foi determinante para causar o acidente.

Oswaldo e Ivomar foram autuados por duplo homicídio com dolo eventual e por participar de corrida ou exibição em veículo automotor em via pública. Segundo a Secretaria de Estado da Justiça (Sejus), Oswaldo foi solto por meio de alvará expedido pela Justiça em setembro de 2019. Já Ivomar foi liberado da prisão, mas não foi colocado em liberdade total. Em vez disso, ele foi transferido para um local fora do sistema prisional tradicional, especificamente para o Quartel da Polícia Militar do Espírito Santo..

A audiência de instrução e julgamento de Oswaldo foi marcada para o dia 23 de setembro de 2024, às 13h30, na 1ª Vara Criminal do Tribunal do Júri da Comarca da Capital, em Vitória.


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