Dia a dia
Professor da Ufes ajudou na criação da Lei Seca
A Lei que proíbe uso de álcool e direção completa 15 anos nesta segunda-feira
O professor do Departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Valdir Campos, foi um dos pesquisados que participou da elaboração da Lei Seca no Brasil, que completa nesta segunda-feira (19) 15 anos de existência.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O estudo, que foi baseado em uma pesquisa liderada pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em parceria com a Ufes, concluiu que acidentes de trânsito de maior gravidade possuem relação importante com o consumo de álcool. Diante disso, o limite de alcoolemia para condutores deve ser zero.
O professor Valdir Campos lembra que a pesquisa foi feita de forma inovadora no Brasil e que, desde sua formação como psiquiatra, nasceu o interesse em entender o consumo de álcool e suas consequências físicas, psicológicas e sociais.
“Em 2005, tomei conhecimento de um trabalho pioneiro sobre políticas públicas desenvolvido em Diadema [na Grande São Paulo] e não tive dúvidas de que essa seria a pesquisa que eu sempre sonhara em fazer”, declarou.
O estudo foi realizado durante o doutorado de Campos na Unifesp, que originou o trabalho intitulado Políticas do álcool para a redução de acidentes de trânsito, sob orientação do professor Ronaldo Laranjeira, que é referência na temática da dependência química.
A pesquisa conduzida por Campos foi um das primeiros a apresentar dados sobre a combinação álcool e direção.
O teste do bafômetro identificou que mais de um terço dos participantes da pesquisa dirigia com níveis de alcoolemia iguais ou acima do limite legal da época, de 0,6 grama por litro (g/l), segundo o Código de Trânsito de 1997. “Esses achados indicavam um índice de cinco a seis vezes mais alto que os encontrados em pesquisas semelhantes realizadas em outros países”, salienta.
Em 2005, Campos assumiu o comando do trabalho realizado em Diadema e, na sequência, ampliou a pesquisa para as capitais Belo Horizonte, São Paulo e Vitória, além de dez outras regiões de Minas Gerais.
Em Vitória, a pesquisa foi supervisionada pela médica e professora Ester Nakamura-Palacios, do Departamento de Ciências Fisiológicas da Ufes (que se aposentou em dezembro de 2020). Ela que seguia, com sua equipe, as instruções metodológicas definidas por Campos e Laranjeira.
“Nós aqui tínhamos a vantagem de já haver as ações do Batalhão de Polícia de Trânsito, que nos informava quando e onde as blitz seriam realizadas. Assim, nossa equipe de pesquisa ficava a uma certa distância e os policiais direcionavam os motoristas até nós, para que realizássemos a pesquisa. Foi uma colaboração muito importante”, lembra Nakamura-Palacios.
Campos enviou os bafômetros importados e demais acessórios para Vitória, para manter a uniformidade entre os equipamentos utilizados em todas as cidades participantes do estudo. “Hoje as medidas são feitas com aparelhos mais modernos e temos visto um aumento das detecções, apesar da tolerância zero”, ressalta Nakamura-Palacios.
Valorizamos sua opinião! Queremos tornar nosso portal ainda melhor para você. Por favor, dedique alguns minutos para responder à nossa pesquisa de satisfação. Sua opinião é importante. Clique aqui