Dia a dia
Presos do ES vão lançar EP com músicas criadas em oficinas
Projeto em Vila Velha transforma vivências de internos em composições autorais que serão lançadas em plataformas digitais e rádios internas

Interno participa de oficina de escrita criativa durante o projeto musical realizado na Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV5). Foto: Divulgação
Cerca de 20 internos da Penitenciária Estadual de Vila Velha V (PEVV5) vão assinar composições próprias em um EP coletivo. As canções, criadas em oficinas musicais, serão disponibilizadas em plataformas digitais e também transmitidas nas rádios internas das unidades prisionais do Espírito Santo.
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O projeto Paisagem Sonora – Compondo a Esperança começou na última terça-feira (16), no Complexo Penitenciário de Vila Velha. Em seis encontros, os participantes aprendem ritmos, técnicas de escrita criativa, gravação de voz e uso de equipamentos simples.
As oficinas são conduzidas pelo músico Glauber Jansen. “O formato é de oficina prática e vivencial, com dinâmicas de escuta, conversa e experimentação musical. A gente leva a estrutura básica para gravar e criar, mas o que move a oficina é o que os participantes trazem: histórias, sentimentos, visões de mundo”, disse.
Cultura e remição de pena
Com carga horária de 48 horas, a atividade é reconhecida como educação não formal pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Isso garante a cada interno quatro dias de redução da pena ao final do curso.
A iniciativa foi contemplada no edital de Difusão Musical do Fundo de Cultura do Espírito Santo (Funcultura), da Secretaria da Cultura (Secult), com recursos da Política Nacional Aldir Blanc. O projeto conta ainda com apoio da Secretaria da Justiça (Sejus), por meio de sua Assessoria Estratégica e de Inovação, e da Subgerência de Educação nas Prisões.
Música como ferramenta de mudança
Para o secretário de Estado da Justiça, Rafael Pacheco, a música é um caminho de transformação. “Parcerias entre cultura, educação e justiça promovem oportunidades reais de mudança. Através da prática musical, os internos exercitam criatividade, responsabilidade e pertencimento, fortalecendo sua trajetória fora da prisão”, afirmou.
O resultado esperado é que as composições não apenas deem voz às vivências dos presos, mas também reforcem a ressocialização por meio da arte.
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