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Pet shop assume erro após morte de cadela em Vitória

A cadela Eva morreu após fugir durante o transporte para o pet shop no Bairro República, em Vitória

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A CPI dos Maus-Tratos contra animais da Ales ouviu os responsáveis pelos pet shop. Foto: Divulgação (Ales)

A Bixus Pet Shop e Clínica Veterinária, responsável pelo atendimento da chihuahua Eva,  admitiu um erro operacional que resultou na morte da cadela, ocorrida no mês passado em Vitória. A declaração foi feita pela responsável técnica do estabelecimento, localizado no Bairro República, durante uma reunião da CPI dos Maus-Tratos contra os Animais da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales) nesta sexta-feira (9).

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O corpo de Eva foi encontrado atropelado na Avenida Adalberto Simão Nader na manhã de 29 de julho, dois dias após sua fuga do pet shop. O animal escapou pouco antes do meio-dia do sábado, 27 de julho, após o motorista da empresa chegar para realizar o transporte. Ele havia acabado de pegar Eva e outro cachorro, ambos pertencentes a Beatriz Ribeiro, em Jardim da Penha.

“A orientação dentro da empresa é que o animal seja retirado da caixa de transporte e levado diretamente para dentro do estabelecimento. Somente dentro do pet shop a porta da caixa é aberta e o animal é retirado para o banho e tosa”, explicou a responsável técnica, Marcelle Bravin Giacomin, ressaltando que essa era a responsabilidade do condutor.

Quando questionada pela presidente da CPI, Janete de Sá (PSB), sobre o motivo de o procedimento não ter sido seguido, a técnica admitiu a falha. Segundo ela, o motorista aceitou o pedido da tutora para colocar os dois cachorros em uma única caixa, o que fugiu dos padrões da empresa. “Nossa orientação é colocar um pet em cada caixa de transporte”, frisou. “Ele, infelizmente, autorizou essa exceção”.

A veterinária do pet shop contradisse o funcionário, afirmando que ele havia recebido treinamento para realizar essa função. Momentos antes, ele havia alegado não ter sido orientado adequadamente. A veterinária reafirmou que os procedimentos de segurança haviam sido transmitidos ao profissional.

O motorista relatou o incidente: “Peguei um cachorro no colo, e outra funcionária foi pegar a Eva. Na hora de pegá-la, ela deixou o cachorro escapar, e ele saiu correndo debaixo da minha perna”, descreveu o motorista, que não trabalha mais na empresa. “Acho que foi uma fatalidade”, comentou.

De acordo com a versão da responsável técnica, o ex-funcionário entrou no pet shop com os animais e pediu ajuda a uma colega. “Quando ela veio ajudá-lo, a caixa estava um pouco mais pesada, e ele resolveu abrir a portinha. Pegou um dos pets, e, quando o entregou à moça do banho e tosa, o outro fugiu”, detalhou.

Apesar de reconhecer o erro, a responsável técnica destacou os esforços empreendidos para recuperar a cadela e defendeu a reputação do pet shop, que possui mais de 20 anos de história. Ela mencionou que quase todos os 27 funcionários foram mobilizados para a busca (o estabelecimento ficou com apenas um funcionário por setor); foram feitos anúncios nas redes sociais, distribuídos cartazes e contratado um carro de som, oferecendo recompensa.

“Em momento algum nos isentamos da responsabilidade”, reforçou a profissional, acrescentando que o serviço de “taxi dog” não é mais oferecido pela empresa. “Desde o início, mantivemos contato constante com os tutores”, assegurou. Ela também informou que a empresa assumiu os custos do serviço funerário, conforme autorização dos tutores. O depoimento foi acompanhado pelo advogado e pela proprietária do estabelecimento.

Buscas

A tutora de Eva, Beatriz Ribeiro, criticou a forma como a clínica lidou com a situação. Segundo ela, houve lentidão nas buscas e na comunicação sobre o ocorrido, além de problemas na divulgação do desaparecimento (ela considerou os cartazes de baixa qualidade). Beatriz afirmou que ela e seus familiares ajudaram nas buscas durante o fim de semana.

“Até então, só o motorista estava procurando a cadela. Não havia ninguém da clínica envolvido na busca por Eva”, argumentou. Cliente há cinco anos, ela estranhou a falta de habilidade do profissional quando ele foi buscar os cães em sua casa. “Ele não parecia alguém que trabalha com animais”, sugeriu. Chegou até ela a informação de que o homem era um “faz-tudo” na loja.

Durante seu depoimento, o motorista relatou que havia começado a trabalhar exclusivamente no transporte de animais e rações na mesma semana do desaparecimento da cadela, em 22 de julho. Para a parlamentar, o motorista não tinha conhecimento adequado das regras de segurança.

Acompanhada pela procuradora de Justiça Edwiges Dias e pelo representante do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV), Rodolpho Barros, Janete de Sá concluiu que o incidente não se enquadra como crime, embora pudesse ter sido evitado com medidas adequadas de treinamento e segurança.

“É possível imputar crime ao ocorrido? Não consigo ver crime aqui (…). Mas é inegável que houve negligência”, opinou. “Entendemos que a situação não caracteriza maus-tratos”, concluiu. De acordo com a presidente da CPI, todo o material colhido durante a audiência será encaminhado à delegacia que investiga o caso.

O que diz a Bixus Pet Shop e Clínica Veterinária

Durante a CPI dessa sexta-feira, a equipe da Bixus reforça todo o posicionamento de cuidado e apoio que teve aos tutores da Eva desde o momento da intercorrência, na qual foi chamada para esclarecimentos.

A Bixus está há mais de 20 anos no mercado, sempre atendendo todos os clientes com atenção, cuidado e carinho por uma equipe formada por 26 profissionais treinados e capacitados, que tiram seu sustento do oficio de cuidar dos animais de estimação sempre com amor e responsabilidade, fatores dos quais eles são reconhecidos. Inclusive, pelos tutores de Eva que eram clientes há cinco anos e sempre foram atendidos com o zelo e atenção.

Durante todo o processo, a empresa prestou todo o apoio à família e se colocou a disposição para qualquer outra ação adicional que julgassem necessária. E ressalta que também está profundamente abalada e comovida pela situação.

O caso ocorrido com a Eva causou comoção e uma resposta rápida pela empresa, que imediatamente acionou mecanismos para sua busca como a contratação de carros de som, panfletagem, oferecimento de recompensa, além de colocar a própria equipe na rua para procurar o animal que havia fugido.

A empresa não fará mais o serviço de transporte. E o apoio a família seguiu até após o momento em que a cachorra foi encontrada, infelizmente, sem vida.

Detalhamento das ações promovidas pela Bixus com o desaparecimento da Eva:

– No momento da fuga, toda equipe de funcionários estava focada na busca da Eva caminhando nas ruas do bairro e vizinhanças. Sendo esse o motivo pelo qual o aviso a tutora chegou momentos após o ocorrido.

– Carro de som foi contratado com locução e telefones de contato desde as 16hrs do mesmo dia, Domingo pela manhã e à tarde; e segunda pela manhã.

– Anúncios nas mídias sociais e procura pelos bairros.

– Cartazes espalhados pelos funcionários em Bares, restaurantes, farmácias e pontos de ônibus no bairro e nas redondezas.

– Domingo, foi realizado todo o trajeto que a Eva fez com o Motorista da empresa e o Sr. Fernando, tutor da Eva. Por 2 horas, foram feitas buscas nas residências e estabelecimentos da região, com vários depoimentos de pessoas que inclusive ajudaram na busca pessoalmente ou com informações.

– Busca de possíveis imagens e vídeo no trajeto feito pela Eva no dia do ocorrido e na segunda pela manhã.

– Após encontrá-la na segunda foi oferecido o serviço de crematório, com a concordância dos tutores da Eva tudo por conta da Bixus.

Tudo que estava sendo feito pela empresa na busca pela Eva era informado aos tutores no mesmo instante, os deixando cientes de todas as ações.

A empresa também ofereceu pagamento de recompensa sendo informado amplamente no carro de som, cartazes e mídias.


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