Número de viagens feitas por capixabas cai durante pandemia

Malas de viagem. Foto: MikesPhotos/Pixabay

Entre 2019 e 2021, caiu o número de domicílios em que algum morador do Espírito Santo que realizou viagem. Foi o que apontou a PNAD Contínua do Turismo, levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2020, dos 1,4 milhão de domicílios no Espírito Santo, 193 mil (13,8%) referiram ter ocorrido ao menos alguma viagem finalizada nos três meses anteriores à entrevista. Em 2021, dos 1,4 milhão de domicílios do Estado, 200 mil (14,2%) declararam ocorrência de alguma viagem nos três meses que antecederam a entrevista. No ano de 2019, este percentual atingiu 21,3%.

Para saber as razões pelas quais a população residente no Espírito Santo não realizou viagens, foi inserida na pesquisa uma pergunta específica sobre este assunto, incluindo como opção de respostas: não ter dinheiro, não ter tempo, não gostar de viajar, não ser prioridade, não ter interesse, não ter necessidade, ter problemas de saúde e outros. Quando perguntados sobre o principal motivo pelo qual nenhum morador do domicílio tinha viajado em 2020, 33,3% alegaram falta de dinheiro (em 2021 foram 27,0%), 11,0% falta de tempo (13,1% em 2021) e 15,7% responderam que não houve necessidade (15,3% em 2021).

“Os resultados refletem os impactos causados pela pandemia no comportamento das pessoas em relação às atividades turísticas. As viagens no Brasil caíram 41% entre 2019 e 2021 e essa queda atingiu todas as classes de rendimento. O ano de 2021 foi ainda pior para o turismo que o de 2020”, aponta a analista da pesquisa, Flávia Vinhaes.

Outro dado levantado pela pesquisa foi o meio de transporte usado pelos viajantes, que apontou o carro como principal meio de transporte nas viagens. Em 2021, o carro particular ou de empresa foi o principal transporte utilizado para viajar (64,1%, ou 178 mil viagens), à frente de avião (9,8%, ou 27 mil viagens) e ônibus de linha (9,3%, ou 26 mil viagens).

“Uma característica marcante nas viagens analisadas é que a maioria delas é feita de automóvel, seja de carro pessoal ou de empresa. Em um país de dimensões continentais como o Brasil, é bem mais raro uma pessoa sair do país utilizando carro. Em geral, ela viaja dentro da mesma região em que mora ou até do mesmo estado”, pontua.

Quando observada a análise por classe de renda, a participação do uso do avião cresce quando aumenta o rendimento domiciliar. Nos domicílios com rendimento domiciliar per capita de até meio salário mínimo, o avião foi o meio de transporte utilizado em apenas 4,3% das viagens. Esse percentual sobe para 21,1% nos domicílios que têm rendimento per capita de quatro salários mínimos ou mais.

No ES, 83,8% das viagens são por motivos pessoais

Em relação ao motivo das viagens realizadas, de acordo com as informações obtidas nos domicílios brasileiros, os padrões pouco se alteraram nos anos analisados. Em 2020, 85,4% (211 mil) das viagens ocorreram por finalidade pessoal e em 2021 o percentual foi de 83,8% (232 mil). Com relação às viagens por motivos profissionais, em 2021 o percentual foi de 16,2% (45 mil).

No Espírito Santo, em 2021, dentre as 232 mil viagens por motivo pessoal, 45,9% (107 mil viagens) ocorreram em visita ou evento de familiares e amigos, 36,6% (85 mil viagens) em busca de lazer, 14,4% (33 mil viagens) para tratamento de saúde ou consulta médica e 3,2% (7 mil viagens) por outros motivos.

Outro dado buscado no levantamento foi o local da hospedagem. Em 2021, a casa de amigo ou parente era o principal local de hospedagem, representando 45,1% (125 mil viagens) dentre as alternativas, no Espírito Santo. Hotéis, resorts ou flats ficaram em segundo lugar (18,0%, ou 50 mil viagens), seguidos pelas pousadas (7,5%, ou 21 mil viagens).