MPES solicita nova perícia em escola invadida por jovem em Jardim da Penha

Henrique Lira Trad. Foto: Reprodução

A Justiça decidiu acatar o pedido do Ministério Público do Espírito Santo (MPES) de realizar uma nova perícia na Escola Municipal de Ensino Fundamental Eber Louzada Zippinotti, em Jardim da Penha. A unidade foi alvo de um ataque promovido por um ex-aluno da instituição identificado como Henrique Lira Trad.

A decisão foi tomada durante a audiência de instrução no Fórum Criminal Desembargador José Mathias de Almeida Netto, em Vitória, na tarde da última quinta-feira.

O advogado de defesa do acusado, Homero Mafra, considerou o pedido do MPES normal de um processo dessa natureza.

“A defesa também fez pedidos e esclarecimentos e no interrogatório o rapaz deixou claro que a intenção não era matar ninguém, mas sim provocar um confronto com a polícia, no qual ele seria morto. Isso ficou claro durante toda a audiência”.

No encontro, além do réu, foram ouvidas duas testemunhas que estavam na escola no momento que Lira invadiu a unidade com flechas, coquetel molotov, facas ninja e artefatos improvisados.

Em sua decisão, a juíza Lívia Regina Savergnini Bissoli Lage solicitou que a perícia deve realizada preferencialmente no período de férias escolares no próximo mês de julho de 2023 “com a finalidade de trazer aos autos informações técnicas sobre a dinâmica dos fatos narrados nos autos”.

E prosseguiu: “Requeiro, ainda, que essa perícia seja construída a partir das imagens de videomonitoramento já constantes dos autos e, sobretudo, dos depoimentos testemunhais colhidos no processo”, disse a magistrada em sua decisão.

Além disso, a juíza solicitou que a direção da escola encaminhe cópia do Sistema de Gestão Escolar vinculado ao ex-aluno Henrique Lyra Trad.

As testemunhas arroladas pelo MPES foram ouvidas sem a presença do réu, pois afirmaram que a presença do acusado lhe causa constrangimento. A todo momento Lira permaneceu algemado.

Relembre o caso

Henrique Trad é acusado de cinco tentativas de homicídio, além dos crimes de lesão corporal e constrangimento ilegal. Durante o julgamento, as quatro crianças que foram vítimas da invasão foram ouvidas, acompanhadas por psicólogos, sem a presença do acusado.

No dia 19 de agosto de 2022, ele pulou o muro da Escola Municipal de Ensino Fundamental Éber Louzada, no bairro Jardim da Penha e ameaçou professores e estudantes.

O jovem foi contido por policiais e seguranças da unidade. Com ele, foram apreendidos facas, bombas caseiras, três bestas, munição, flechas e coquetel molotov. Ninguém ficou ferido.