Dia a dia
Mauro Cid decide ficar em silêncio em CPMI. Veja perguntas feitas
STF havia autorizado que o tenente-coronel ficasse em silêncio para não se autoincriminar

CPMI do 8/01 realiza reunião para ouvir depoimento de Mauro Cid. Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Nesta terça-feira, 11 de julho, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, tomou a decisão de permanecer em silêncio durante seu depoimento à CPI dos Atos Golpistas do Congresso Nacional.
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Inicialmente, durante sua exposição inicial, Cid afirmou que sua nomeação como ajudante de Bolsonaro não envolveu ingerência política e que ele não participava das decisões do governo. No entanto, em seguida, ele anunciou que, devido às investigações em curso contra ele por sua atuação no cargo, optaria por não se manifestar.
“Por todo o exposto, e sem qualquer intenção de desrespeitar vossas excelências e os trabalhos conduzidos por esta CPMI, considerando minha inequívoca condição de investigado, por orientação da minha defesa e com base no habeas corpus 229323, concedido em meu favor pelo STF, farei uso ao meu direito constitucional ao silêncio”, disse.
O ex-ajudante de ordens encontra-se detido desde 3 de maio, suspeito de inserir informações falsas no sistema do Ministério da Saúde e adulterar carteiras de vacinação contra a Covid. Ele também está sob investigação por mensagens encontradas em seu celular relacionadas a possíveis articulações para um golpe de Estado.
Devido à convocação de Cid como testemunha e investigado, sua defesa solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que ele não fosse obrigado a comparecer à CPI.
Após analisar o pedido, a ministra Cármen Lúcia determinou que Cid deveria comparecer à CPI, mas que ele teria o direito de permanecer em silêncio para evitar autoincriminação, o que foi efetivado.
Perguntas não respondidas
Se o tenente-coronel Mauro Cid admitia ter solicitado a inclusão de informações falsas sobre a vacinação da Covid-19 no sistema ConecteSUS, do Ministério da Saúde.
Se o tenente-coronel Mauro Cid confirmava que alguns membros de sua família utilizaram certificados de vacinação falsificados para viajar aos Estados Unidos;
Se ele afirmava não sentir culpa em relação à sua adesão a movimentos extremistas;
Se Bolsonaro não tinha conhecimento sobre os alegados certificados falsos de vacinação;
Se Cid conhecia a empresa Sipal (segundo a relatora, recebeu aporte do BNDES para comprar caminhões e enviou esses caminhões ao acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército em Brasília);
Se Bolsonaro tinha a intenção de utilizar o cartão de vacinação para viagens internacionais após deixar a Presidência;
O motivo pelo qual ele realizava pagamentos em dinheiro em espécie a familiares de Bolsonaro;
Se o tenente-coronel Mauro Cid recebeu uma transferência de R$ 400 mil, ou se recebeu essa quantia em dinheiro em espécie em março do ano passado;
Se durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão, a Polícia Federal encontrou a quantia de US$ 35 mil e R$ 16 mil em espécie que Cid trouxe dos Estados Unidos;
O motivo pelo qual Bolsonaro não confiava no Alto Comando do Exército; Por que Cid recebeu as visitas do ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e do ex-secretário de Comunicação do governo Bolsonaro, Fabio Wajngarten;
