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Literatura perde o poeta Sérgio Blank, aos 56 anos

Nilceia Blank, irmã de Sérgio, foi quem encontrou o corpo do ocupante da cadeira 9 da Academia Espírito-Santense de Letras

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Poeta Sergio Blank. Foto: Reprodução/Instagram

Poeta Sergio Blank. Foto: Reprodução/Instagram

 

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O poeta Sérgio Blank, 56 anos, foi encontrado morto na casa onde morava em Campo Grande, Cariacica na tarde desta quinta-feira, dia 23. Nilceia Blank, irmã de Sérgio, foi quem encontrou o corpo do ocupante da cadeira número 9 da Academia Espírito-Santense de Letras. A suspeita é que o poeta tenha morrido de infarto.

Na quarta-feira (22) completou um ano que Sérgio Blank tomou posse na cadeira da Academia. Ele chegou a trabalhar também na Secretaria de Estado da Cultura.

O historiador Fernando Achiamé lamentou a morte do amigo. Eles haviam marcado um almoço nessa quinta-feira. Ele tentou entrar em contato com Sérgio por telefone e o poeta não atendeu. “Isso nunca acontecia. Liguei para a Nilceia para perguntar se tinha acontecido algo. Pedi que ela fosse até a casa dele e lá ela o encontrou morto”.

Amigos e admiradores emitiram várias mensagens nas redes sociais.

“A notícia é devastadora. Perdi um amigo-irmão de quase 30 anos de amizade. E o Brasil perdeu um poeta absolutamente brilhante”, afirmou o escritor Caê Guimarães.

” Aprendi a amar os textos e a pessoa do autor. Um guerreiro em favor do livro, da leitura, da poesia. Seus Os Dias ímpares, que adoro, e os outros ficarão aqui, marcando a sua presença poética no mundo! Da sua janela, olhe por nós!”, disse a professora de Literatura Marli Siqueira Leite

“Descanse em paz, Poeta. A saudade é grande, mas nos conforta saber que sua obra permanecerá viva entre nós”, escreveu o jornalista e escrito José Santos Neves.

O ex-governador Paulo Hartung emitiu nota sobre a morte de Blank. “Hoje o Espírito Santo perde um grande nome da cultura capixaba. É com muita tristeza que recebo a notícia do falecimento do poeta Sérgio Blank, que deixa uma enorme contribuição para o patrimônio histórico e cultural do Estado. Meus sinceros sentimentos e solidariedade à família e aos amigos.”

O secretário municipal de Cultura de Vitória escreveu em sua página do Facebook: “Fico sabendo que meu amigo Sérgio Blank, poeta enormíssimo e uma pessoa só coração, faleceu. Descanse, querido amigo! Paz!”

Embora presente nas redes sociais, Blank não era de escrever muito nesses espaços. Na quarta-feira, depois de muito tempo sem fazer posts, escreveu:

“Fico feliz quando sou convidado para visitar escolas e conversar com as crianças sobre meu livro Safira. Gosto quando as professoras me apresentam com um escritor infantil. O compromisso de um escritor infantil devia ser soltar pipas, jogar bola de gude, tomar banho de chuva descalço, comer fruta tirada-do-pé, colecionar álbuns de figurinhas, brincar de pique-esconde e comer algodão-doce feito de nuvens. Essas pequenas delícias da poesia. Aprecio ser um escritor infantil.”

Há pouco tempo, em entrevista para a jornalista Betty Feliz, o poeta declarou. “A poesia está escondida. Na espreita. Para no momento certo provocar sustos. Acredito que o espanto que a poesia causa faz a diferença. Em tempos tão próximos da barbárie”.

Sergio Blank nasceu em Cariacica, onde morava, em 1964. Publicou seu primeiro livro, Estilo de ser assim, tampouco, em 1984. Depois vieram Pus (1987), Um, (1988); A tabela periódica (1993); Vírgula (1996), Os dias ímpares (2011), reunião das obras anteriores, e Blue sutil, sua última obra, lançada em fevereiro do ano passado, após 23 anos sem uma obra inédita. O poeta era solteiro e não tinha filhos. Lutava há muitos anos com uma doença no fígado. Esperava por um transplante. Ele não chegou a tempo.

Matéria em atualização.