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Dia a dia

História do ES: um passeio por cinco ruas com nomes históricos em Vitória

As ruas de Vitória homenageiam as mais diversas personalidades do estado, destacando o passado do Espírito Santo

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Bonde 44 circulando na Rua Sete em 1958. Foto: Reprodução

É comum ver ruas e avenidas homenageando grandes personalidades brasileiras. Em Vitória, por exemplo, avenidas como Marechal Campos, Jerônimo Monteiro e Adalberto Simão Nader são extremamente importantes para a mobilidade da cidade e tem seus nomes conhecidos por todos os moradores.

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Entretanto, existem algumas ruas menores que homenageiam nomes não tão conhecidos da história capixaba, mas que também tiveram enorme importância para o estado. Para dar maior destaque, o Portal ES360 separou cinco ruas da capital que têm nomes históricos e merecem ser destacados.

Rua Chapot Prevost

Natural do Rio de Janeiro, Prevost foi um médico importante que deixou sua marca na história capixaba. Com pais que eram prestigiados pela população da capital, Eduardo Chapot Prevost também começou a ganhar respeito no Espírito Santo.

Quando voltou para o Rio de Janeiro para trabalhar como médico, ganhou notoriedade em 1900, ao realizar a primeira cirurgia de separação de gêmeas siamesas bem-sucedida no mundo. A operação, realizada em gêmeas capixabas, marcou o mundo da medicina. Infelizmente, uma das gêmeas faleceu dias depois, enquanto a outra, Rosalina, foi adotada pela família de Chapot Prevost.

A conquista de Prevost foi tão significativa que ele foi nomeado patrono e membro titular da cadeira nº 81 da Academia Nacional de Medicina. Ele faleceu em 1907, aos meros 43 anos, no Rio de Janeiro, e anos depois, foi homenageado com uma rua em seu nome na Praia do Canto.

Rua Maria Saraiva

Maria Saraiva. Foto: Reprodução/Douglas Lynch

Uma das poucas ruas com nomes femininos na capital, a Rua Maria Saraiva recebeu essa homenagem em 1938, pelo prefeito Américo Poli Monjardim. Localizada no Centro de Vitória, a rua encontra-se próxima à Rua Sete, uma via tradicional de Vitória.

Maria Saraiva era uma figura muito conhecida na capital. A doceira, que produzia suas guloseimas em casa, as vendia em um tabuleiro nos pontos centrais de Vitória. Ela se destacava pela qualidade de seus doces e recebia encomendas para diversas ocasiões.

Como mulher negra, Maria Saraiva enfrentou preconceito ao longo de sua vida. No entanto, ela procurou superar essas adversidades através da gastronomia. Maria Saraiva faleceu em 1912 e foi sepultada no Cemitério de Nossa Senhora da Boa Morte, no bairro de Santo Antônio.

Rua Dukla de Aguiar

Dukla de Aguiar, nascido em 1876, é homenageado pela rua que dá acesso à Terceira Ponte, em Praia de Santa Helena. Proveniente de uma família tradicional do Espírito Santo, ele se destacou como uma das personalidades mais notórias de sua época, especialmente como médico que prestava assistência às famílias mais necessitadas.

Conforme a história capixaba, a família Aguiar tem uma ancestralidade que remonta aos donatários da Capitania Hereditária do Espírito Santo. Após a morte de Vasco Coutinho Filho, filho do primeiro donatário Vasco Coutinho, Miguel de Azeredo assumiu como governador adjunto até a chegada do novo donatário, Francisco de Aguiar, antepassado da família de Dukla.

Depois de se estabelecerem, os Aguiar criaram raízes em Vila Velha e Vitória e tiveram uma participação importante na política capixaba. Dukla de Aguiar faleceu na então Fazenda do Romão, local que hoje é o bairro Jucutuquara, aos 53 anos. Devido à sua notoriedade, um logradouro na capital foi nomeado em sua homenagem.

Rua Aristóbulo Barbosa Leão

Aristóbulo Barbosa Leão. Foto: Reprodução

Aristóbulo Barbosa Leão nasceu em junho de 1887, na Serra, e se mudou para o Rio de Janeiro quando era jovem para estudar no renomado Colégio Pedro II. Após terminar seus estudos, ele voltou ao ES, dedicando-se ao ensino e, juntamente com seus irmãos, fundou o Ginásio Vicente de Paulo, localizado no centro de Vitória.

Além de sua contribuição na área da educação, ele se destacou no jornalismo, publicando a revista “Mocidade” e escrevendo artigos para os jornais “A Tarde” e “Folha do Povo”. A contribuição de Aristóbulo foi tão significativa que ele passou a ocupar a Cadeira nº 8 da Academia Espírito-Santense de Letras.

O educador faleceu aos 90 anos em Vitória e não deixou descendentes. Em sua homenagem, várias ruas em todo o Espírito Santo foram batizadas com seu nome, como a localizada em Jardim da Penha, além de instituições de ensino.

Rua Wilson Freitas

Wilson Freitas, famoso no mundo do esporte, nasceu em 1910 e começou a remar na região da Avenida Capixaba quando tinha apenas oito anos. À medida que crescia, passou a remar no Saldanha, o único clube pelo qual escolheu competir.

Freitas deixou Vitória com o objetivo de participar dos Jogos Olímpicos na Alemanha, mas retornou alguns anos depois. Ele remou com várias duplas de remadores conhecidos, competiu no campeonato brasileiro e foi vice-campeão sul-americano.

Depois de se aposentar, Freitas trabalhou como prático do porto e cultivou a aviação como outra paixão. Participou da primeira turma capixaba logo após a fundação do aero-clube, quando conseguiram os primeiros aviões. Infelizmente, ele faleceu em março de 1945 após um acidente em um avião que ele mesmo pilotava.