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Grupo que usava barcos pesqueiros para exportar cocaína é detido no ES

Agentes federais cumprem mandados de busca e apreensão em Itapemirim, no Espírito Santo, e nos estados de Santa Catarina e Paraná

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PF fecha cerco contra grupo que exportava cocaína a partir de barcos pesqueiros. Foto: Droga apreendida pela Polícia Federal. Foto: Divulgação

PF fecha cerco contra grupo que exportava cocaína a partir de barcos pesqueiros. Foto: Droga apreendida pela Polícia Federal. Foto: Divulgação

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (23) em Itapemirim, no Espírito Santo, e nos estados de Santa Catarina e Paraná a operação Mar Aberto contra uma organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de cocaína. Por meio da simulação de operações de pesca, os criminosos tentavam movimentar toneladas de cargas de cocaína para alto mar, de onde seriam resgatadas por embarcações estrangeiras e então levadas até países da África e Europa.

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Nos três estados, cerca de 100 policiais federais cumprem 20 mandados de busca e apreensão, além de seis mandados de prisão preventiva de outros investigados. Na ação, autorizada pela 1ª Vara Federal de Itajaí (SC), também estão sendo sequestrados veículos, imóveis e duas embarcações de pesca industrial, pertencentes ao grupo criminoso.

As investigações tiveram início em outubro de 2020 e possibilitaram identificar uma organização criminosa que se apossou de barcos de pesca industrial para transportar grandes quantias de cocaína para o exterior. Além da aquisição de barcos de grande autonomia e capacidade de armazenamento de carga, a organização contratou, em vários pontos do país, tripulações especializadas na atividade de navegação marítima para realização de longas travessias intercontinentais.

Por meio da simulação de operações de pesca, os criminosos buscavam dissimular o carregamento e movimentação de cargas de cocaína até determinados pontos em alto mar, de onde seriam resgatadas por embarcações estrangeiras e então levadas até países da África e Europa.

Durante pouco mais de um ano de investigação, a Polícia Federal identificou três barcos pesqueiros, além de operadores logísticos e gerentes operacionais em solo.

No último dia 3 de julho, uma embarcação na foz do rio Itajaí-Açu foi abordada e os agentes localizaram 2,8 toneladas de cocaína ocultas sob densa camada de gelo. Na oportunidade, 7 tripulantes foram presos em flagrante. Em uma segunda fase da investigação, deflagrada no dia 16 de setembro, outros 7 envolvidos também foram presos, todos ligados a atividades logísticas de facilitação à operação de tráfico.

Ainda em julho, outra embarcação foi abordada por equipe da Polícia Federal junto à costa da cidade de Porto Belo (SC), onde foram localizados outros 844 quilos de cocaína no porão da embarcação, ocultos dentre as redes de pesca. Na ocasião oito pessoas foram presas em flagrante.

Uma terceira embarcação, também originária da frota pesqueira de Itajaí, estava sendo monitorada desde sua estada junto ao porto de Natal (RN), de onde partiu no dia 27 de fevereiro. Em aproximação ao litoral de Recife (PE), teria sido carregada com 2.800 quilos de cocaína e seguiu viagem rumo à costa da África. Perseguida em alto mar, a tripulação teria dispensado as bolsas náuticas que continham a droga em alto mar, não sendo possível a apreensão da carga ilícita naquela oportunidade.

Posteriormente, entre os meses de maio e julho, bolsas de cocaína começaram a chegar no litoral da Bahia e Espírito Santo, onde foram encontradas pela população local. Há registro de que até o momento foram arrecadadas 17 bolsas náuticas intactas, carregadas com 442 quilos de cocaína.

As investigações apontam que, ao longo de um ano, a organização criminosa tentou exportar para os continentes africano e europeu ao menos 6,5 toneladas de cocaína. As provas que estão sendo coletadas auxiliarão na identificação dos financiadores da atividade criminosa, dentre outros eventuais participantes.

Por suas condutas, todos os investigados devem responder pelos crimes de tráfico internacional e associação para o tráfico, com penas somadas de 8 a 25 anos de prisão, além do perdimento dos bens utilizados nas ações criminosas ou adquiridos com o proveito destas.