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Dia a dia

ES tem 39 cidades com risco para desastres climáticos

Levantamento se baseia no Atlas de Desastres e no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, que compilaram eventos de 1991 a 2022

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região de Mimoso do Sul completamente alagada

Chuva no ES: saiba onde doar para o Sul do estado. Foto: divulgação Secom

O Brasil não possui terremotos, vulcões ou tsunamis, o que levou à falsa sensação de que sua estabilidade geológica garantiria um futuro tranquilo, sem grandes desastres naturais. No entanto, a recente catástrofe no Rio Grande do Sul demonstrou que essa visão é equivocada. Embora o país não sofra com tremores ou erupções, é afetado por eventos climáticos extremos, como chuvas intensas ou secas severas, que causam suas próprias tragédias.

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Um levantamento do governo federal revela que pelo menos 1.942 municípios no Brasil estão em áreas de risco frequente para desastres climáticos, como inundações, enchentes e deslizamentos de terra. Das 78 cidades do Espírito Santo, 39 estão suscetíveis a algum risco geológico, de acordo com a Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil. A Grande Vitória está entre os municípios com risco para os três tipos de desastres.

E o perigo de desastres climáticos tem sido cada vez mais frequente também no estado capixaba. Entre os dias 22 e 23 de março, uma enchente devastou Mimoso do Sul, na Região Sul do Espírito Santo. Moradores perderam parentes e bens materiais na tragédia. O temporal deixou um saldo de 18 mortos e mais de 11 mil pessoas fora de casa. Mais de um mês depois, os estragos causados pela chuva ainda são visíveis, com muita lama, escombros e entulhos por todos os lados. Moradores, comerciantes e até o poder público luta para reconstruir a cidade.

Mapa de municípios com riscos de desastres climáticos no Brasil

Mapa de municípios com riscos de desastres climáticos no Brasil. Foto: Reprodução

LEVANTAMENTO

Os dados sobre as cidades em risco estão em uma nota técnica da Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, vinculada à Casa Civil. Eles se baseiam no Atlas de Desastres e no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, que compilaram eventos de 1991 a 2022. Pode-se falar que os números estão subestimados, pois o documento menciona apenas 142 cidades no Rio Grande do Sul, por exemplo, e praticamente todo o estado foi afetado pelo desastre climático das últimas semanas.

O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) de 2021 aponta que os principais fatores desencadeadores dos mais de 11 mil desastres registrados entre 1970 e 2019 foram eventos climáticos e meteorológicos extremos, com mais de 91% das mortes ocorrendo em países em desenvolvimento.

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A nota destaca que o aumento na frequência e intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, especialmente para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil. As populações em situação de vulnerabilidade são as mais afetadas, enfrentando ameaças crescentes à sua segurança, meios de subsistência e infraestrutura.

“O Brasil, devido à sua extensão continental e diversidade ambiental, climática, geomorfológica e geológica, é propenso a ocorrências de diversos eventos geodinâmicos e hidrológicos que resultam em desastres. Segundo informações do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID) da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (Sedec/MIDR), foram registrados 23.611 eventos, 3.890 óbitos e 8.226.314 desalojados/desabrigados decorrentes de inundações, enxurradas e movimentos de massa entre os anos de 1991 e 2022”, pontuou a nota técnica.

ES TERÁ R$ 582 MILHÕES PARA EVITAR DESASTRES CLIMÁTICOS

O Senado aprovou, nessa terça-feira (14), o financiamento de US$ 86,61 milhões para o Programa Águas e Paisagem II, do Governo do Estado. O montante será captado com o Banco Mundial e, somado à contrapartida do Estado de US$ 27,5 milhões, resultará em um investimento total de US$ 113,6 milhões, equivalente a R$ 582 milhões que serão investidos em segurança hídrica e na prevenção, preparação e resposta aos eventos climáticos extremos no Espírito Santo.

“O Brasil inteiro está cada vez mais ciente da importância de obras de adaptação às mudanças climáticas, mas o Espírito Santo já começou a fazer o seu dever de casa há muito tempo. É realmente um estado modelo para o país. O Programa Águas e Paisagem II, como o próprio nome diz, está em sua segunda edição e conta com financiamento do Banco Mundial e aporte do Governo do Estado. Muita gente está se dando conta apenas agora da importância de se investir em obras de adaptação. Antes tarde do que nunca, mas o nosso estado leva isso há sério já há um bom tempo e esse novo investimento de 113 milhões de dólares em obras de prevenção a desastres naturais é uma prova disso”, comemorou o secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Felipe Rigoni.

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O Programa Capixaba de Segurança Hídrica – Águas e Paisagem II tem como objetivo fortalecer a capacidade de o Estado de gerenciar recursos hídricos e eventos hidrológicos extremos, assim como aumentar a resiliência aos riscos de inundações por meio de ações de capacitação, fortalecimento institucional, elaboração de planos, estudos e projetos, Pagamento por Serviços Ambientais, melhorias em políticas públicas, campanhas de comunicação e obras em áreas rurais e urbanas.

O Programa compreenderá cinco componentes: Capacitação do Estado para a segurança hídrica em um contexto de mudanças climáticas, Abordagens integradas de segurança hídrica em bacias chave, Apoio a medidas para redução de riscos de inundação em municípios críticos, Gestão do Projeto e Componente Contingencial de Resposta a Emergências (CERC).


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