Entenda por que os postes viraram um perigo em Vila Velha

Poste com desplacamento de concreto da orla de Itaparica, em Vila Velha. Foto: Divulgação

O desplacamento de concreto em vários postes na orla de Itaparica, em Vila Velha, tem assustado moradores e banhistas. E com razão. O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Espírito Santo (Crea-ES) notificou a prefeitura para seja realizada a imediata manutenção ou troca dos equipamentos de iluminação pública.

O Crea-ES realizou, nesta segunda-feira (4), vistorias técnica e fiscal na orla de Vila Velha, entre os quiosques 7 e 16, após um fragmento de um poste se desprender e atingir a empresária de 34 anos, que está grávida de seis meses, que passava pelo local na manhã deste domingo (3).

O gerente de Fiscalização do Conselho, engenheiro civil Leonardo Leal, detalhou que foi constatado que muitos postes já apresentam mais de 10% do aço deteriorado, isso significa que estes terão que ser trocados. A Prefeitura de Vila Velha tem 48 horas para isolar as áreas apontadas como risco pelo Crea-ES para evitar novos acidentes na região.

Ainda segundo o engenheiro civil, quando aparece trincas, já é sinal que o aço começou a ser deteriorado. O material aumenta de volume e provoca o desplacamento do concreto que reveste a estrutura. Se o aço apresentar menos 10% de corrosão, é possível fazer o tratamento como manutenção.

“O desplacamento ocorre pelas corrosões das armaduras devido ao ataque por íons cloreto presente na atmosfera marinha. É um agente agressivo presente na região e que acelera o processo de corrosão. Por isso, em áreas marítimas, o recomendado é que o revestimento de concreto do aço tenha no mínimo 4 centímetros de espessura. Na orla, constatamos que muitos deles tinham de 1,5 e 2 centímetros”, apontou o engenheiro.

O Crea-ES vai continuar fiscalizando e acompanhando a manutenção e troca dos postes de Vila Velha. Caso os moradores identifique postes com sinais desplacamentos deve acionar a prefeitura que é responsável pela iluminação pública. Também pode acionar o Crea-ES no telefone (27) 3321-2700, que vai apurar a denúncia e tomar as medidas cabíveis.

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O QUE DIZ A PREFEITURA

A Prefeitura de Vila Velha informa que está em contato permanente com a família da empresária e que está acompanhando os procedimentos aos quais ela está sendo submetida. Nesse momento, o desejo é que ela se recupere e volte para casa o quanto antes, fora de risco, para ela e para o bebê.

Sobre a estrutura do poste, a prefeitura reforça que a iluminação da cidade, em áreas públicas comuns, como a orla, é de responsabilidade do consórcio SRE IP Vila Velha, fruto de uma PPP (Parceria Público Privada) vigente desde 2020, pelo prazo de 20 anos.

“Desde maio de 2022, o consórcio de empresas vem recebendo notificações da prefeitura apontando a necessidade urgente de substituição de diferentes postes, contendo relatórios fotográficos, incluindo o que atingiu a empresária. A última notificação ocorreu em 23 de novembro deste ano, sem resposta. Nesta segunda-feira (4) o consórcio foi novamente notificado”, escreveu a prefeitura.

Ainda de acordo com a prefeitura, por obrigação contratual (item 4.2.1.2), o consórcio deve manter a estrutura dos postes segura, o que não aconteceu. Por isso, o consórcio de empresas acumula multas que superam o valor de milhões. Outra cláusula, prevê pagamento de seguro, em caso de acidente, por parte do consórcio.

A Prefeitura de Vila Velha continua exercendo o papel de fiscalizador do contrato e não descarta novas multas por descumprimento das cláusulas contratuais por ineficiência no serviço prestado e omissão de informações e socorro à vítima.

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