Dia a dia
Entenda onde atuam as facções criminosas na Grande Vitória
Ataques a ônibus nesta semana expuseram novamente a guerra entre grupos rivais. PCV, TCP e CV disputam territórios em diferentes bairros

Bairro da Penha, em Vitória. Foto: Divulgação
O sistema Transcol registrou mais uma onda de violência nesta semana. Entre segunda (25) e terça-feira (26), 12 ônibus foram atacados na Grande Vitória, sendo três incendiados e nove apedrejados. Passageiros relataram pânico e linhas chegaram a ser suspensas temporariamente.
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Segundo o secretário de Segurança Pública, Leonardo Damasceno, os ataques foram uma reação do Primeiro Comando de Vitória (PCV) a recentes operações policiais. Dois jovens ligados à facção morreram em confrontos com a polícia, um no Complexo da Penha e outro na Grande São Pedro, ambos armados e portando drogas.
O episódio reacende a discussão sobre a atuação das facções criminosas na Região Metropolitana, onde PCV, Terceiro Comando Puro (TCP) e Comando Vermelho (CV) disputam territórios e impõem um mapa em constante mudança.
Vitória: base do PCV e focos de disputa
Fundado no bairro da Penha, o PCV se consolidou como a principal facção do Espírito Santo. Em Vitória, domina áreas como Bonfim, Itararé, Penha e São Benedito, mas enfrenta resistência do TCP em locais como Morro da Engenharia, Santos Dumont e Chapada.
Além do conflito com rivais, o grupo também lida com divisões internas após a prisão de lideranças, o que acirrou disputas dentro da própria facção.
Vila Velha: território em disputa
No município vizinho, a violência se espalha por bairros populosos. Em Divino Espírito Santo, Jardim Guaranhuns, Santa Rita, Primeiro de Maio e Vale Encantado, há registros de confrontos diretos entre PCV, TCP e CV.
Investigadores apontam que, em algumas dessas localidades, as trocas de tiros se intensificaram em razão da tentativa de expansão do PCV sobre áreas historicamente ligadas ao TCP.
Serra e Cariacica: expansão dos conflitos
A violência também atinge Cariacica. Em bairros como Itacibá, Nova Rosa da Penha, Jardim Botânico e Rio Marinho, PCV e TCP disputam espaço.
Na Serra, a guerra se concentra em comunidades como Feu Rosa, Vila Nova de Colares, São Marcos e Colina da Serra, onde episódios de confrontos recentes ligam diretamente os ataques a ônibus à reação de criminosos locais.
Facções e conexões externas
Embora tenha surgido de forma independente, o PCV mantém ligação com o Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro, fortalecendo sua estrutura. O TCP, sem comando centralizado, resiste em áreas estratégicas, mas sofre baixas constantes. Já o CV mantém presença menor, mas atua em parceria com aliados locais.
Reflexo direto na população
Os ataques desta semana mostram como as disputas territoriais impactam o dia a dia de quem depende do transporte coletivo. Em pouco mais de 20 anos, 100 ônibus foram incendiados na Grande Vitória, com prejuízo estimado em R$ 80 milhões.
Apesar da destruição, a Ceturb informou que a operação do sistema Transcol está normal neste momento, com todas as linhas em circulação.
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