Dia a dia
CPMI do 8 de janeiro convoca Braga Netto e Mauro Cid
Além de Cid e Braga Netto, comissão também irá escutar Anderson Torres e Silvinei Vasques além de pedir ao STF compartilhamento de informações sigilosas

CPMI teve reunião para apreciação de 285 requerimentos. Foto: Pedro França/Agência Senado
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos golpistas ocorridos em 8 de janeiro aprovou nesta terça-feira (13) a convocação de Anderson Torres, ex-secretário de Segurança do Distrito Federal, e do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Além disso, os generais Augusto Heleno e Braga Netto também serão convocados.
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Arthur Maia (União-BA), presidente da comissão, propôs que todos os requerimentos consensuais entre os parlamentares fossem votados em bloco antes dos demais pedidos, que apresentavam divergências entre deputados e senadores.
A ordem dos depoimentos ainda não foi estabelecida, mas espera-se que eles comecem na próxima terça-feira (20). A reunião agendada para quinta-feira (15) foi cancelada, uma vez que todos os requerimentos programados para a semana foram analisados.
Aprovações do governo
Randolfe Rodrigues, líder do governo, propôs três requerimentos para votar em bloco vários pedidos, incluindo os de convocação de Torres, Cid, Gonçalves Dias, Heleno e Braga Netto. Gonçalves Dias, que deixou o GSI após a divulgação de imagens mostrando sua atuação no Planalto no dia da invasão, teve seu pedido de convocação rejeitado.
O senador Rogério Carvalho (PT-SE) solicitou ao diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, os dados retirados do celular do ex-presidente Jair Bolsonaro e outras informações relacionadas à investigação da fraude nos cartões de vacinação. A oposição conseguiu retirar o pedido da pauta, alegando falta de “pertinência temática”.
No mesmo inquérito, a PF encontrou no celular de Cid uma minuta golpista e “estudos” que apoiavam um possível golpe de Estado após as eleições de 2022. Arthur Maia sugeriu que Carvalho fizesse uma retificação no requerimento para limitar as informações solicitadas apenas ao celular de Cid. O senador acatou a sugestão e o pedido foi aprovado na votação.
A relatora, Eliziane Gama (PSD-MA), juntamente com aliados do Planalto, tem concentrado as investigações nos eventos ocorridos após o segundo turno das eleições até a depredação das sedes dos três Poderes. Devido à maioria governista na CPI, tem sido evitado que a oposição utilize as convocações para sustentar sua narrativa sobre a participação do governo nos atos de vandalismo.
A oposição
O deputado Filipe Barros (PL-PR) propôs que todos os itens da pauta fossem votados, com exceção do pedido de Carvalho. No entanto, seu pedido foi rejeitado, com 20 votos contrários e 11 favoráveis. A oposição apresentou outros nomes para convocação, mas o governo conseguiu proteger ministros, como Flávio Dino (Justiça e Segurança Pública).
Os pedidos de envio de imagens do Planalto e de informações sobre os acampamentos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foram considerados relevantes pelo governo e aprovados.
