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Bem-estar

Covid-19: obesidade pode retardar cura, diz especialista

Condição física também causa um estado inflamatório no organismo das pessoas, o que facilita as complicações por outras doenças

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Obesidade. Foto: Pixabay

Obesidade. Foto: Pixabay

Apesar das ocorrências de covid-19 serem mais frequentes em idosos e pessoas com doenças crônicas, um outro fator que eleva a doença para quadros graves, conforme avaliam os médicos, é a obesidade. A relação entre as duas doenças passou despercebida no início da pandemia, mas, segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), pode retardar a recuperação de pacientes acometidos pelo novo coronavírus.

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A endocrinologista Mariana Guerra explica que a obesidade, além de uma condição física, causa um estado inflamatório no organismo das pessoas, o que facilita as complicações por outras doenças, como diabetes, hipertensão e colesterol alto, por exemplo. Diante disso, o vírus fica mais agressivo, independentemente da faixa etária.

“Quando começamos a ver jovens obesos sendo internados pela covid-19, percebemos que eles não tinham nenhum fator de risco. Achamos estranho e descobrimos uma tendência ali. Mesmo não possuindo outras doenças crônicas, portanto, o peso é um agravante para o quadro, seja a pessoa mais velha ou mais nova”, explica.

Essa preocupação surgiu no final de março, após um estudo do Centro Nacional de Pesquisa e Auditoria em Terapia Intensiva, na Inglaterra, revelar que sete em cada 10 pacientes com o vírus internados em UTIs no Reino Unido estavam com sobrepeso ou obesos. No Brasil, ainda não há dados conclusivos que mostrem a evolução dos casos.

A principal ameaça para agravar o problema, neste período de isolamento social, é o aumento do sedentarismo e o consumo de alimentos industrializados. Caso esses hábitos durem meses, como os órgãos de saúde preveem, será difícil controlar o peso de quem for vulnerável. “As pessoas estão comendo mal, estressadas e sem exercício físico, então é preciso que elas consigam manter um estilo de vida mais próximo possível do ideal, mesmo que estejam isoladas”, recomenda a endocrinologista.

E ao contrário do que se pensa, nem os que já fizeram cirurgia bariátrica estão longe do perigo. Na verdade, é preciso redobrar a atenção, devido à deficiência de nutrientes no sistema imunológico ocasionada pela operação.

“Após a cirurgia, é preciso fazer a reposição de algumas vitaminas que foram perdidas nessa restrição gástrica e da absorção de alimentos pelo intestino. Portanto, é importante manter a alimentação regulada, os remédios em dia e tomar todos os cuidados possíveis com a higiene pessoal”, diz Mariana.

Obesidade entre os capixabas

Atualmente, 55,7% da população adulta do país está com excesso de peso e 19,8% está obesa, de acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2018. O Espírito Santo atingiu a marca de 18% de pessoas obesas, em um intervalo de 13 anos.

O mesmo estudo revela que Vitória é a 4ª capital do país com maior consumo de frutas e hortaliças entre os adultos, com porcentagem de 41,8%. Por outro lado, apenas 9,3% dos capixabas consomem refrigerante em cinco ou mais dias da semana;

Em relação à obesidade infantil no Espírito Santo, de acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de cada 10 crianças com idade até 12 anos, cerca de 35% são obesas.