Dia a dia
Confira 6 ideias para melhorar o carnaval de rua de Vitória
O carnaval de rua de Vitória vem crescendo ao longo dos últimos anos. O nível subiu. Aqui vão algumas ideias de quem esteve nos blocos para esse nível subir ainda mais
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Regional da Nair, o maior bloco de rua do estado. Foto: Divulgação
A decisão da prefeitura de Vitória, estimulada pelo Ministério Público Estadual, de cancelar os desfiles dos blocos marcados para este final de semana jogou luz sobre as questões envolvendo o carnaval da capital. Entre os argumentos apresentados pelo MP para cancelar a festa de sábado e domingo estavam o excesso de sujeira, o volume exagerado das bandas e problemas de segurança. Os responsáveis pelos blocos reclamaram, prometem protestar e a polêmica sobre o tema se estabeleceu. Um fato, no entanto, é indiscutível: assim como anda ocorrendo em outras capitais, o carnaval de rua de Vitória virou destino de milhares de foliões nos últimos anos. Novos blocos surgiram, outros cresceram bastante e arrastam multidões pelas ruas. O nível subiu. Mas até pelo fato de atrair cada vez mais pessoas, esse nível pode e precisa subir mais. As redes sociais mostram isso. Ao lado de elogios, foliões apontam falhas relacionadas à qualidade do som ou falta de banheiros melhores. Com base nos comentários feitos por quem esteve nos blocos, o Portal ES360 relaciona alguns pontos de melhoria para o carnaval de Vitória. Confira seis ideias que podem ser adotadas para deixar a folia dos capixabas e turistas ainda mais divertida em 2024.
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O som tem de melhorar…
É preciso melhorar a qualidade de som das bandas. Os foliões não conseguiam ouvir direito as músicas. Além de melhoria eventual do equipamento, as caixas talvez possam ser melhor posicionadas. Os foliões só conseguiam ouvir bem as músicas quando estavam a 30 metros de uma delas.
Primeiro ano no carnaval de vitória e aí vai minha maior crítica: falta música. num geral. muita falação, pouca musica. principalmente musica de carnaval
— TH(álita)E WEEKND (@aftrxhrs) February 20, 2023
…e os equipamentos também
Os equipamentos usados durante os desfiles dos blocos em cima do trio necessitam de melhora. Durante a passagem dos blocos na beira mar foi observado pelo público a constante interferência dos microfones com as caixas de som. Outra reclamação era: se saísse de perto também não dava para escutar a música. A música move os foliões durante a festividade, por isso é necessária a atenção nos equipamentos.
Público tem e muito, as imagens falam por si. Mas como pode o carnaval de Vitória não ter um trio decente para os blocos, um som que se ouça, um palco com atrações (locais inclusive, para fortalecer nossa cena musical)? Uma vergonha, ainda mais depois de 2 anos sem carnaval.
— Rhuana Ribeiro (@Rhuana) February 20, 2023
Mais banheiros, por favor
É essencial aumentar a quantidade de banheiros químicos e a qualidade deles. Muitos foliões reclamaram dos banheiros. Segundo eles, a distribuição não foi suficiente. Muito se reclamou também do cheiro de urina nas áreas próximas. Em vários pontos cruciais não tinha banheiro e o mau cheiro se destacava. Não era difícil escutar pessoas reclamando desses espaços.
Toda festa tem limite
É necessário esclarecer para a população os motivos de limitação de horários para encerramento dos desfiles dos blocos. Essa limitação vem sendo adotada, há muitos anos, em outras capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo. Neste ano, por exemplo, o horário máximo dos blocos paulistas e cariocas era 19 horas. É uma questão de respeito com os moradores das vias ocupadas pelos blocos.
Folia sem sujeira
É necessário aumentar e melhorar a distribuição de lixeiras na Avenida Beira Mar, principalmente na calçada do lado da baía. A falta de lixeiras espalhadas foi uma das reclamações do final de semana. A Prefeitura de Vitória diz ter disponibilizado 50 contentores em locais estratégicos, onde passariam os blocos, porém muitos foliões alegam não ter visto essas lixeiras isso. Por exemplo: na Beira Mar, esses contentores não estavam em lugares de fácil acesso. Resultado: a paisagem foi tomada por lixo e a baía de Vitória ficou cheia de resíduos. Até esta quarta-feira (22), os garis recolheram 51 toneladas de resíduos sólidos. Esse foi um dos principais argumentos usados pelo Ministério Público para pedir o cancelamento dos blocos com desfile marcado para este final de semana.
Mais segurança
O esquema de segurança durante o feriado de carnaval contou com quase 13 mil agentes de segurança, entre policiais militares, civis, bombeiros e guarda-vidas. No entanto, mesmo com a cobertura, os foliões ficaram preocupados com os casos de roubos e tiros de armas de fogo. Durante o feriado foram registrados 16 homicídios – vale destacar que este foi o menor número desde 2001 -, porém, existiram ainda, casos de vítimas de balas perdidas. Para se protegerem dos roubos, as pessoas recorreram a táticas como o uso de doleiras, cadeados e até cordas amarradas ao celular.
No twitter, um usuário chamado Matheus Bastos alegou não querer mais ir ao carnaval por conta da violência. “O tanto de gente armada que eu presenciei… eu simplesmente fui ameaçado de morte com arma de fogo, porque me defendi de uma agressão física gratuita, eu simplesmente não quero mais presenciar o carnaval de nenhuma forma, pra mim, deu”, disse.
O que diz a Prefeitura de Vitória
A Prefeitura de Vitória publicou o decreto de nº 21.700, em 9 de janeiro de 2023, que disciplinou o desfile dos blocos de rua em Vitória e constituiu a Comissão de Avaliação dos Desfiles de Blocos de Rua.
Por meio da normativa, os responsáveis pelos blocos de rua e manifestações afins deviam protocolar, junto à Secretaria de Governo, a sua solicitação com prazo de antecedência de, no mínimo, 10 dias antes da realização do evento. Vale destacar que o decreto foi fruto de amplo debate entre a sociedade civil organizada, representantes de blocos e membros da PMV. Acerca do som, o decreto estabelecia que “compete aos Blocos de Rua e ao público em geral atender as regras pertinentes e que discorrem acerca da utilização de aparelhos sonoros e o nível sonoro das atividades, com especial destaque ao fixado no Decreto Municipal nº 15.218, de 2011”. O decreto apresentava uma série de normativas que visavam garantir a realização dos desfiles considerando a dimensão cultural, simbólica, econômica e turística do Carnaval e a sua importância histórica e artística, bem como a sua característica territorial, maximizando o seu proveito comunitário. O mesmo previa que os desfiles respeitassem o horário limite das 18 horas, de forma a garantir a ordem, o direito de ir e vir e a segurança na cidade. Sobre a limpeza, a Central de Serviços reforçou o trabalho após a passagem dos blocos. O trabalho teve início ainda de madrugada durante todo o período de Carnaval no Centro. Somente nos blocos, no período de Carnaval, foram recolhidas mais de 51 toneladas de resíduos. A Central de Serviços informa que disponibilizou 55 unidades de contentores de 1 mil litros para armazenamento e depósito de resíduos nos locais por onde passaram os blocos em toda a região do Centro, como Avenida Beira-Mar, Rua Sete e praças. Além disso, nesta gestão, a Central instalou cerca de 200 papeleiras de 50 litros no Centro, contemplando também a Beira-Mar. Também foram disponibilizados mais de 200 banheiros para o público que acompanhou os blocos no Centro de Vitória. Por fim, a PMV informa que a Guarda Civil Municipal de Vitória (GCMV) empenhou seu efetivo durante o Carnaval, montando um posto de comando na região do Centro e atuando também com videomonitoramento, a exemplo das ações realizadas no Réveillon e no Desfile das Escolas de Samba, que reuniram grande público, de forma pacífica e organizada. O trabalho foi realizado em parceria com outras forças de segurança, como a Polícia Militar. A PMV destaca o sucesso do Carnaval de Vitória, no Sambão do Povo. O evento foi exemplo de organização, segurança e festa, além de movimentar toda uma cadeia na cidade. A expectativa é de que os desfiles, realizados nos dias 10, 11 e 12 de fevereiro, movimentaram mais de R$ 20 milhões, gerando 5,5 mil empregos diretos e indiretos. A PMV estima que a festa vai receber um número maior de turistas (mais de 12 mil). Para o final de semana do Carnaval, a ocupação da rede hoteleira ultrapassou os 90%. A PMV fez um repasse de R$ 2,2 milhões para a Liga das Escolas de Samba do Grupo Especial (Liesge) que serão distribuídos entre escolas do município e empenhados no pagamento de jurados, compositores e intérpretes e na premiação dos 1º e 2º lugares dos grupos A e Especial. Desse investimento, a cidade deve ter um retorno de R$ 25 milhões para a cidade, que são movimentados pela cadeia do turismo, escolas de samba e frequentadores do evento. Essa cifra é mais de 50% maior que a do último carnaval pré-pandemia, que gerou R$ 16 milhões para a capital. A folia também gerou renda para famílias que moram no bairro Mário Cypreste, que puderam comercializar seus produtos e garantir uma renda extra no Carnaval 2023 em barracas montadas no entorno do Sambão.![](https://es360.com.br/wp-content/uploads/2019/06/logo-es360.png)