Dia a dia
Comerciante chinês foi morto por quadrilha de sequestros da Bahia
A polícia chegou à conclusão de que, após o óbito, o comerciante foi vítima de outra quadrilha que tirou da conta dele R$ 600 mil

Comerciante chinês foi morto por quadrilha de sequestros da Bahia. Foto: divulgação / Polícia Civil
A Polícia Civil divulgou, nesta terça-feira (31), que o comerciante chinês Weiming Li, morto após sofrer um assalto em Morada de Laranjeiras, na Serra, foi vítima de uma quadrilha da Bahia, especializada em sequestros relâmpagos.
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O crime aconteceu em julho deste ano. Toda a ação foi gravada. As imagens mostram que três criminosos aguardavam pela vítima na rua. Eles chegaram em um carro e estacionaram logo atrás do veículo do comerciante. Um ficou na rua monitorando a chegada da vítima. Pelas imagens é possível perceber que Weiming Li foi abordado quando entrava no automóvel.
De acordo com a polícia, pelas imagens foi possível qualificar a placa e monitorá-la. Eles descobriram que o veículo estava em Itabuna, na Bahia, e o motorista foi identificado e preso.
Com a prisão do primeiro envolvido, a polícia descobriu quem passou as informações com a rotina do comerciante. Trata-se de um funcionário de uma pastelaria do primo da vítima, que após o crime continuou trabalhando como se nada tivesse acontecido. “Ele explicou tudo, falou o horário que saía, que costumava levar dinheiro. Ele foi o último membro identificado por nossa investigação e nós efetuamos a prisão dele no momento em que ele estava trabalhando”, explicou o chefe da Divisão Patrimonial (DRCCP) e titular da Delegacia de Segurança Patrimonial (DSP), delegado Gianno Trindade.
Ainda segundo a polícia, as investigações mostraram que a intenção dos suspeitos era sequestrar a vítima. “Eles pretendiam colocar a vítima dentro do carro. E a partir daí extorqui-la para que ela fizesse transferências via Pix para a conta do mentor intelectual, que hoje nós sabemos se tratar do Binho, que também está envolvido em outro caso recente aqui no estado, de uma mulher em Aracruz, que chegou a ser mantida em cárcere privado”, explicou Gianno Trindade.
Três pessoas da quadrilha foram presas, Davi Santos Riba (que dirigiu o carro), Carlos Jockta de Oliveira (executor do crime) e José Carlos de Santana Souza, o Zezinho (funcionário da pastelaria que passou as informações). Mais duas pessoas continuam foragidas. São elas: Daniel Jockta de Oliveira e Yonan Bonfim Santana, o Binho ou Bino – apontado como mentor intelectual do grupo.
Descoberta de outro crime
Com as investigações, a polícia descobriu que o comerciante chinês Weiming Li foi vítima de outro crime, depois de morto. Foi identificada uma movimentação na conta do comerciante. O valor das transações estava próximo de R$ 600 mil.
A princípio, a polícia acreditava que essas transferências haviam sido realizadas pela quadrilha responsável pelo latrocínio. Mas as apurações apontaram que um hacker foi responsável por essa movimentação. A comparsa dele era uma gerente de banco, que trabalhava na área há mais de 8 anos. “Descobrimos que se tratava de um hacker, que pesquisava certidões de óbito de pessoas, com o CPF ele descobria onde essa pessoa tinha conta bancária”, detalhou o chefe do Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic), delegado Gabriel Monteiro.
Segundo o delegado, a gerente de banco facilitava o acesso do hacker. Ela providenciou cartões de crédito para ele. Aumentou limite para transações por meio de aplicativo no celular. Com isso, o suspeito conseguia fazer movimentação tanto em caixas eletrônicos, quanto por transferências via smartphone.
