Dia a dia
Cidade do ES pode ter faixa exclusiva para motociclistas
O objetivo da faixa exclusiva é reduzir o número de acidentes envolvendo motociclistas

Assim como em São Paulo, a Serra estuda criar linha azul para motociclistas. Foto: Divulgação
O número de mortes no trânsito aumentou no Espírito Santo nos últimos anos, com destaque para os acidentes envolvendo motociclistas. Em 2023, foram registradas 417 mortes. Em 2024, o número subiu para 513. Só neste ano, até o momento, já são 235 óbitos, segundo dados do Observatório de Segurança Pública. Para reduzir o número de vítimas, entidades ligadas aos motociclistas defendem a criação de faixas exclusivas para motociclistas ou faixa azul, como ocorre em São Paulo, por exemplo.
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Um Fórum Permanente de Segurança Viária já foi criado para articular ações com as prefeituras da Grande Vitória, no entanto, apenas Serra informou que iniciou estudos para a criação da linha azul. Segundo o coordenador do motoclube Bodes do Asfalto, que também é um dos fundadores do Fórum, explica que a faixa azul contribui para a organização do trânsito. “A faixa azul ainda não é compreendida. Trata-se de uma faixa que delimita por onde o motociclista deve passar e onde o motorista deve se manter. Sem ela, os motociclistas ziguezagueiam entre os carros, o que provoca acidentes e coloca todos em risco”, afirmou.
Ele destaca que a faixa azul normalmente é implantada entre a faixa da esquerda e a faixa central, e pode ser utilizada por motociclistas de aplicativo, mototaxistas e demais condutores. “O importante é que, nos locais onde foi implantada, houve redução no índice de acidentes. Os motoristas ficam mais orientados, e há mudanças significativas no dia a dia. Agora, precisamos de um processo educacional efetivo”, defende.
O presidente do Sindicato dos Mototaxistas (Sindimototaxi), Luciano Ferreira, também defende a criação da linha azul para reduzir o número de mortes. Ele reforçou ainda que a maioria das vítimas, no entanto, não são aqueles que fazem curso e têm a moto equipada com itens de segurança. “A maioria dos acidentes acontecem com quem não tem habilitação, moto irregular e por aí vai. São motociclistas que usam a moto para trabalhar”.
A iniciativa conta com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que participa do fórum permanente. Também há tratativas com as prefeituras de Serra, Vitória, Vila Velha, Viana e Cariacica. O objetivo é consolidar o projeto na Grande Vitória e expandi-lo para outras regiões do estado.
Número de acidentes com motos
A cidade da Serra lidera as estatísticas na Grande Vitória, com 14 mortes. No ranking estadual, Linhares aparece em primeiro lugar, com 16 ocorrências. A maioria dos acidentes (36,6%) acontece em vias estaduais. As principais vítimas são homens entre 25 e 34 anos.
Situação nas cidades
Vitória
A Secretaria de Transportes, Trânsito e Infraestrutura Urbana (Setran) informou que, atualmente, Vitória não possui faixas exclusivas para motocicletas e não há estudos em andamento para implantá-las. No entanto, a capital conta com 28 faixas de retenção específicas para motos na Avenida Nossa Senhora da Penha. Essas áreas, chamadas de caixas de retenção, ficam antes da faixa de pedestres e indicam onde as motos devem parar nos semáforos.
Serra
A Secretaria de Obras da Serra (Seob) informou que está desenvolvendo estudos para analisar a implantação de faixas exclusivas para motociclistas em trechos estratégicos do município. A proposta busca garantir mais segurança para os condutores e fluidez no trânsito.
Cariacica
A prefeitura informou que também não há estudos para criação da linha azul.
Governo do Estado
A faixa exclusiva para motocicletas na Terceira Ponte foi uma medida adotada pelo Governo do Estado com foco na organização do tráfego e na segurança viária. No entanto, o Executivo estadual esclarece que a criação de faixas em ruas e avenidas urbanas é de competência das prefeituras. Até o momento, não há previsão de implantação de novas faixas para motociclistas nas rodovias estaduais.
Vila Velha
Também procurada pela reportagem, a prefeitura de Vila Velha não respondeu até o fechamento da reportagem. O espaço segue aberto.
