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Dia a dia

Casos de chikungunya crescem 20 vezes no Espírito Santo

Nas primeiras 17 semanas de 2019 foram registrados 444 casos; no mesmo período de 2020 foram 9.293. A Ilha do Boi foi um dos bairros que percebeu aumento de casos

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O número de casos de chikungunya no Espírito Santo cresceu 20 vezes em 2020 em relação ao mesmo período do ano passado. A doença é uma das provocadas pelo mosquito aedes aegypt, o mesmo que transmite a dengue. Durante as primeiras 17 semanas de 2019 foram registrados 444 casos; no mesmo período de 2020, até o último dia 25, foram 9.293 casos. Em Vitória, o aumento de casos foi bem maior em relação ao ano passado. Segundo dados da prefeitura, em 2019 foram 108 enquanto em 2020 o mesmo período registra 5.717 casos de chikungunya, um número 50 vezes maior.

Um dos bairros de Vitória que mais sofre com o aumento da doença é a Ilha do Boi, com mais de 60 casos, segundo a associação de moradores do bairro. De acordo com a presidente da entidade, Cristina Balieiro Diniz, os dados apresentados foram registrados apenas entre os membros da Associação. Já a prefeitura aponta quatro casos de chikungunya e quatro casos de dengue na Ilha do Boi.

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“A alta nos casos começou logo após o carnaval. As primeira informações chegaram em nosso grupo de WhatsApp. Nesse período de pandemia, algumas pessoas ficaram doentes e acharam que estavam com coronavírus. Só descobriram a dengue ou chikungunya após exame que descartava a covid-19”, afirma a representante dos moradores.

O coordenador do Programa Estadual de Combate ao Aedes Aegypt, Roberto Laperriere Júnior, afirma que a elevação no índice que aponta o aumento de casos está relacionada ao fato de o Espírito Santo não ter sofrido epidemia da doença nos últimos anos. Ou seja, a base de cálculo do ano anterior é pequena quando comparada com a atual.

“A primeira questão é que não tínhamos tido no Estado uma epidemia de chikungunya. Já no Rio de Janeiro essa epidemia ocorreu. A facilidade desse vírus se propagar, neste caso, é grande porque estamos falando de dois estados vizinhos, por onde as pessoas circulam com facilidade. Além disso, cada indivíduo doente funciona como um potencializador da doença Isso faz com que cresça a chance de a epidemia acontecer aqui no Estado neste ano”, explicou o coordenador.

Ele destacou que é fundamental manter os cuidados  para combater o mosquito. “É possível que a população não esteja fazendo o dever de casa. Vale destacar que o mosquito transmissor é o mesmo para a chikungunya, a zika e a dengue”, frisou

A presidente da Associação de Moradores da Ilha do Boi também destacou o acúmulo de lixo no bairro como um dos motivos para aumento dos casos.  “Muitas pessoas visitam a Ilha do Boi e dispensam lixo na restinga. Mas há registros também de focos do mosquito nos ralos e plantas das residências, imóveis fechados e casas em construção”, frisa.

De acordo com representante dos moradores, há tempos a Ilha do Boi não recebia a visita do carro fumacê que combate o mosquito. No dia 26 de março, após a elevação no número de casos, a Associação de Moradores comunicou a prefeitura sobre a situação e diversas ações passaram a ser adotadas no bairro. Na manhã desta quinta-feira (30), agentes de combate ao Aedes aegypti percorreram o bairro com bombas pulverizadoras contra o mosquito.

 

Agentes de combate ao Aedes aegypti percorreram a Ilha do Boi nesta quinta-feira (30). Foto: Divulgação

Agentes de combate ao Aedes aegypti percorreram a Ilha do Boi nesta quinta-feira (30). Foto: Divulgação

Casas em construção são alguns dos locais onde se constatou foco do mosquito, segundo a Associação de Moradores da Ilha do Boi. Foto: Divulgação

Casas em construção são alguns dos locais onde se constatou foco do mosquito, segundo a Associação de Moradores da Ilha do Boi. Foto: Divulgação