Dia a dia
Câmara derruba veto e salário de Arnaldinho vai subir 88%
Ao todo, 11 vereadores votaram pela derrubada do veto que aconteceu durante sessão extraordinária
Os vereadores de Vila Velha derrubaram, na tarde desta segunda-feira (9), o veto ao projeto que reajusta os salários do prefeito, vice e secretários municipais. Com a decisão, o salário do prefeito Arnaldinho Borgo passará dos atuais R$ 15,3 mil para R$ 29 mil. O reajuste é de 88,7%.
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A votação aconteceu em sessão extraordinária. Ao todo, dos 13 parlamentares presentes, 11 votaram pela derrubada do veto. Apenas a vereadora Patrícia Crizanto (PSB) votou pela manutenção e o vereador Rômulo Lacerda (Republicanos) não votou.
Hoje, o vice-prefeito tem salário de R$ 13.356,00. A partir de janeiro, com a derrubada do veto, o valor saltará para R$ 25.230,00 (aumento de 88,9%). Já os secretários municipais, que atualmente ganham R$ 12.243,00, passarão a receber R$ 22,9 mil. A revisão é de 87%.
Na semana passada, o prefeito vetou o projeto do aumento salarial de quase 100% para ele mesmo. Na justificativa que acompanha o veto, o prefeito de Vila Velha fez um longo balanço da sua própria administração, chamado por ele de “brevíssimo apanhado”: quatro páginas inteiras relacionando e enaltecendo as realizações do seu governo em todas as áreas da gestão, como o fato de o orçamento da Prefeitura de Vila Velha ter praticamente dobrado entre 2020 e 2025.
Segundo Arnaldinho, “nos últimos quatro anos, com muita humildade, se pode constatar que o município de Vila Velha teve uma verdadeira revolução histórica”.
No último dos 34 parágrafos da mensagem para os vereadores, o prefeito explicou a razão do veto. Basicamente, ele entende que o aumento salarial para ele, o vice e os secretários não se faz “oportuno” no momento, porque a cidade ainda tem muitos investimentos a serem feitos:
“[…] fato é que, ante o atraso histórico herdado por outras gestões que nos antecederam, entendo que há muitos investimentos a serem feitos na nossa querida Vila Velha, especialmente aqueles que temos denominado de ‘extraordinários’. Desse modo, neste momento, entendo não ser oportuna a sanção do projeto em questão, razão pela qual se impõe a decisão de veto total ao presente autógrafo de lei, que submeto à apreciação dessa Casa de Leis”.
Análise Vitor Vogas
Em sua coluna desta segunda-feira, o colunista Vitor Vogas fez uma análise sobre os motivos que teriam levado Arnaldinho a vetar o próprio reajuste salarial. Segundo ele, ao vetar o projeto de lei que prevê um aumento salarial de quase 100% para ele mesmo, Arnaldinho deixou em situação delicadíssima a Câmara Municipal de Vila Velha e, muito particularmente, o presidente da Casa, Bruno Lorenzutti (MDB), autor do projeto, apresentado por iniciativa da Mesa Diretora e aprovado em plenário um dia antes.
Pelo que a coluna apurou, o veto de Arnaldinho não foi combinado com a base nem com a Mesa Diretora e gerou um mal-estar político profundo na Câmara, que agora está com a bomba na mão (uma granada com o pino já retirado). Os vereadores não têm para onde fugir.
Se mantiverem o veto (o que não aconteceu), passarão à sociedade recibo de que cometeram um grave erro (afinal, a iniciativa do projeto foi da Casa, que tem mesmo, legalmente, a prerrogativa de fixar os valores dos subsídios dos agentes políticos da cidade para o mandato seguinte); se derrubarem o veto (o que de fato aconteceu), arcarão sozinhos com o ônus político, enquanto Arnaldinho sairá da história por cima aos olhos dos cidadãos, pois sempre poderá alegar que, no que lhe cabia fazer, procurou barrar a matéria.
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