Dia a dia
Café arábica e conilon: quais são as diferenças entre os grãos?
No Dia Mundial do Café, veja o que diferencia os dois grãos mais consumidos no Brasil

Café arábica é mais suave, enquanto o conilon tem uma sabor mais amargo. Foto: William Caldeira
O consumo de café no Brasil cresceu 1,11% em 2024. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o país registrou 21,916 milhões de sacas consumidas no período. Em média, cada brasileiro toma 1.430 xícaras por ano. Entre novembro de 2023 e outubro de 2024, o consumo per capita foi de 6,26 kg de café cru e 5,01 kg de café torrado e moído.
> Quer receber as principais notícias do ES360 no WhatsApp? Clique aqui e entre na nossa comunidade!
O Espírito Santo se destaca na produção do grão e em 2024, teve três empresas entre o top 30 do setor: Realcafé Solúvel, Café Meridiano e Café Número Um. Na produção e na xícara, dois tipos de grão se destacam: o arábica e o conilon. Eles movem as indústrias e geram discussões entre os paladares.
Sabor, aroma e cafeína
O café arábica é conhecido pelo sabor suave, aroma doce e maior acidez. É o preferido em cafeterias e cafés especiais. Já o conilon tem sabor mais encorpado, amargo e com baixa acidez. Ele também contém quase o dobro de cafeína em comparação ao arábica.
Por isso, o conilon é usado com frequência em cafés solúveis e blends industriais. Mas isso está mudando. Técnicas modernas vêm elevando a qualidade do conilon, que já começa a ganhar espaço entre os cafés premium.
A preferência entre arábica e conilon depende do objetivo. Para cafés filtrados e especiais, o arábica é mais indicado. Para bebidas mais fortes ou uso industrial, o conilon cumpre bem o papel.
Cultivo
O café arábica vem da espécie Coffea arabica. Já o conilon pertence à Coffea canephora. Por serem de espécies distintas, exigem condições diferentes para o cultivo.
O arábica precisa de altitudes mais elevadas e clima ameno. Por isso, é cultivado principalmente em Minas Gerais, São Paulo e Paraná. O conilon se adapta melhor a regiões quentes e de baixa altitude, como Espírito Santo, Rondônia e norte da Bahia.
Na indústria
O arábica representa cerca de 70% da produção brasileira. Ele domina o mercado de cafés gourmet e é mais valorizado na exportação. O conilon ocupa os 30% restantes, com forte presença no mercado interno e na indústria.
Uma vantagem do conilon é o custo. Ele tem maior produtividade e resistência a pragas. Com isso, o preço final tende a ser mais competitivo. Já o arábica exige mais cuidados, o que eleva o custo, mas também o valor de mercado.
