Dia a dia
Brasil atinge 700 mil mortes por covid com mudança no perfil de vítimas
Brasil foi o segundo país com maior número de mortos no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos

Proporção de mortes de pessoas entre 45 e 59 anos foi a que aumentou. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Segundo o Conselho Nacional de Secretários da Saúde, o Brasil alcançou, na última semana, a marca de 700 mil mortos pela Covid-19. Três anos após a primeira morte, em 12 de março de 2020, o país tem um acumulado de 700.239 falecidos por conta do vírus.
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Embora tenha havido atrasos e desafios na vacinação, houve avanços no segundo semestre de 2021, e desde então, já se observaram mudanças no perfil de mortalidade pela doença. Um exemplo é a proporção de mortes por Covid-19 entre diferentes faixas etárias.
Antes do início da vacinação, no último trimestre de 2020, a faixa de 60 a 79 anos respondia pela maior proporção de mortes pela doença (50%), segundo dados do Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe). A população de mais de 80 anos aparecia em segundo lugar, com 29%, e a de 45 a 59 anos, em terceiro, com 15%.
Com a vacinação já em andamento no segundo trimestre de 2021, caiu a proporção de vítimas tanto de 60 a 79 anos (43%) quanto de mais de 80 anos (13%). No entanto, a proporção de mortes de pessoas entre 45 e 59 anos aumentou para 30%.
No primeiro trimestre de 2023, a maior proporção de óbitos é registrada em pessoas acima de 80 anos (43%), seguida pela faixa de 60 a 79 anos (42%). A de 49 a 59 anos responde por 9%. Isso se deve à menor resposta vacinal entre os mais idosos, um fenômeno chamado de imunossenescência, quando há um declínio natural do sistema imunológico pelo envelhecimento.
Dados do boletim do Ministério da Saúde mostram ainda que, das mortes registradas por Covid em 2022, 66,5% eram de pessoas que tinham comorbidades, a maioria delas também idosas.
É necessário reforçar as estratégias para recuperar o estímulo à vacinação e aumentar a oferta de tratamentos antivirais para as pessoas que não respondem bem às vacinas ou que apresentam formas mais graves da doença. Além disso, é importante continuar monitorando a evolução da Covid-19 e adaptando as medidas de prevenção e controle conforme a situação epidemiológica.
Números da pandemia
Os marcos anteriores da pandemia no país mostram a importância da vacinação. Da primeira morte por Covid em março de 2020 até o registro de 100 mil mortes em agosto de 2020, passaram-se quase cinco meses.
Os demais registros, de 200 mil a 600 mil mortes, ocorreram todos em 2021, sendo dois deles com intervalos de pouco mais de um mês. Desta vez, o país levou mais de um ano e cinco meses para chegar à marca de 700 mil mortes.
