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Baleia minke anã é avistada pela 1ª vez no mar da Grande Vitória

O registro foi feito por pesquisadores do Jubarte.Lab

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Baleia minke anã avistada no litoral da Grande Vitória. Foto: Luciano Cajaíba

Baleia minke anã avistada no litoral da Grande Vitória. Foto: Luciano Cajaíba

Pela primeira vez na história, uma baleia minke anã viva e saudável foi avistada no litoral da região metropolitana do Espírito Santo. O encontro ocorreu no último dia 11 de julho na plataforma da Grande Vitória, área que se estende até 20 milhas da costa entre os municípios da Serra e Guarapari.

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A notícia foi muito comemorada pelos pesquisadores da Jubarte.Lab, braço de pesquisa científica do projeto Amigos da Jubarte. Isso porque o último espécime encontrado no estado, anos atrás, já estava morto. E, de acordo com o coordenador do projeto, Thiago Ferrari, este novo registro vem para comprovar a grande biodiversidade marinha do litoral capixaba.

“Até a década de 80, a caça havia reduzido o número de baleias jubartes no Brasil em menos de 800 indivíduos. Após sua proibição, o número passou a subir. Hoje já são mais 20 mil. Então começamos a perceber que isso está ocorrendo também com a população de outros cetáceos no litoral capixaba. Já observamos baleias francas, que são pouco comuns por aqui; além de outras espécies de golfinhos, como o pintado do atlântico, o boto cinza, o nariz de garrafa e o dentes rugosos”, disse Thiago.

Outro motivo de orgulho para os pesquisadores está na forma como eles identificaram a baleia minke anã. As imagens foram registradas por meio de um drone. Apesar da tecnologia já ter sido utilizada em 2020, por conta da pandemia ela acabou sendo pouco explorada.

“Com os drones captamos imagens em 4k (alta resolução) que são utilizadas posteriormente em um laboratório de biologia. Cruzamos as informações coletadas com outras metodologias de pesquisa, como o monitoramento acústico, feito a partir de um hidromicrofone mergulhado a 20 metros de profundidade, além da própria observação dos pesquisadores. A partir daí, é possível identificar, por exemplo, a quantidade, distribuição e padrões comportamentais tanto das baleias quanto dos golfinhos”, explicou Ferrari.

Os mistérios da baleia minke anã

Pouco se sabe sobre a vida da baleia minke anã. Os dados dos pesquisadores capixabas ajudarão a compreender melhor a espécie. Foto: Luciano Cajaíba

Pouco se sabe sobre a vida da baleia minke anã. Os dados dos pesquisadores capixabas ajudarão a compreender melhor a espécie. Foto: Luciano Cajaíba

A principal baleia vista no Espírito Santo é a jubarte, que pode chegar a aproximadamente 18 metros de comprimento. Elas vivem nas águas geladas da Antártida onde passam boa parte do tempo se alimentando de krills, pequenos crustáceos que se assemelham a camarões. Mas todos os anos elas viajam cerca de 4 mil quilômetros em direção a Abrolhos, no Sul da Bahia, onde se reproduzem, alimentam e treinam seus filhotes.

Já uma baleia minke anã adulta mede apenas oito metros. Além disso, ela tem outras duas características particulares, uma nadadeira dorsal em formato de quilha, como uma prancha de surf; e uma nadadeira peitoral curta, marcada por uma faixa branca. “Daí precisamos destacar nossa metodologia de observação a partir dos drones. Se tivéssemos observado a baleia à bordo de uma embarcação, não seria possível identificar esses detalhes”, destacou Thiago.

Mas não são apenas as diferenças físicas que separam as baleias jubarte das minke anãs. Diferentemente das primeiras, que atravessam longas distâncias em grupos, as segundas vivem de forma mais solitária, são mais arredias, existem em menor número e são difíceis de serem localizadas.

“Existem pouquíssimos dados sobre as minkes anãs, há uma lacuna de informação com dados inconclusivos sobre sua alimentação, reprodução e a migração, o que torna esse registro na Grande Vitória ainda mais importante do ponto de vista científico. Com as análises que faremos a partir das imagens registradas, será possível contribuir de forma global para o melhor entendimento da espécie”, disse o pesquisador.

Observação turística

Suspenso por conta da pandemia do novo coronavírus, os passeios turísticos de observação de baleias foi retomado na última semana e será mantido até o final de outubro. Segundo Thiago Ferrari, uma nova expedição já está programada para este final de semana. Os interessados devem acessar o site Quero Ver Baleia e fazer a inscrição. De lá, eles serão direcionados para agências e embarcações e treinadas homologadas para esse tipo de atividade.


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