Dia a dia
Atleta brasileira pode perder guarda da filha por viajar para Olimpíadas
Ex-marido de Flávia Maria de Lima levou a atleta para Justiça, alegando abandono em todas as viagens que ela realizou em busca da vaga olímpica
A velocista pentacampeã Flávia Maria de Lima, que competirá na prova de 800 metros nesta sexta-feira, dia 2, enfrenta dificuldades fora das pistas. Em meio a um complicado processo de divórcio, seu ex-marido pediu a guarda da filha de seis anos, protocolando petições toda vez que a atleta viaja para competir, alegando que ela estaria “abandonando” e “deixando de cuidar” da criança.
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A advogada Bruna Pereira Aquino esclarece que Flávia é uma atleta patrocinada e que participar dos campeonatos faz parte de seu trabalho. “Se ela não competir, perderá sua renda e, consequentemente, o sustento da filha. Todo esse esforço é também em benefício da criança, já que a mãe busca proporcionar melhores condições de vida para ela”.
Segundo Bruna, não há nenhuma proibição legal que impeça a mãe de viajar e deixar a filha aos cuidados de um familiar de confiança. “Pelo que é relatado na mídia, não parece ser um caso de negligência ou descuido. São viagens profissionais necessárias para que Flávia continue competindo como atleta profissional. Além disso, a criança fica sob os cuidados da avó materna, que reside com Flávia. O pai, por outro lado, usa os compromissos profissionais de Flávia para desaboná-la enquanto mãe”, afirma a advogada.
Morando em cidades diferentes, com Flávia e a filha no interior do Paraná e o pai no interior de São Paulo, o genitor pode conviver com a filha, mas não o faz desde março. No entanto, ele tenta usar as atribuições profissionais da atleta para pedir a reversão do lar referencial da criança, solicitando que a menor passe a residir com ele.
“O caso envolve várias questões sociais levantadas pela própria Flávia, como o machismo e o preconceito que são socialmente disseminados. Em uma situação protagonizada por um homem viajando a trabalho, isso jamais seria contestado. Mas, tratando-se de uma mulher, essa situação é usada para rotular a mãe como negligente”, enfatiza a advogada.
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