Dia a dia
Alunos faltam aula após suposto risco de atentado em escola do ES
A motivação coletiva ocorre em diversas unidades de ensino do estado após mensagens de ameaças de ataques serem disseminadas nas redes sociais

Escolas vazias. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil
A EEEFM São João Batista, em Cariacica, registrou a falta de cerca de 66% dos alunos nesta segunda-feira (10) mesmo mantendo as atividades normais. A motivação coletiva ocorre em diversas unidades de ensino do estado após mensagens de ameaças de ataques serem disseminadas nas redes sociais nos últimos dias. Diante da gravidade, a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) e Secretaria da Educação (sedu) anunciou reforço na segurança nas unidades de ensino do estado.
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A sequência de ameaças de massacres e os recentes episódios de violência em instituições de ensino de Santa Catarina e de São Paulo tornaram o ambiente escolar foco do debate sobre segurança pública. As mesmas imagens de ameaça foram disseminadas em diversos estados do país. Dentre as mensagens, estava a lista das escolas onde ocorreriam os ataques, inclusive uma que já foi demolida em Vitória. Como consequência do medo, muitos pais não deixaram seus filhos irem para a escola.
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Gean Jaccoud, diretor da EEEFM São João Batista, disse que dos 600 alunos do período matutino, apenas 200 compareceram na unidade de ensino. Percebendo o baixo quórum, diversos estudantes entraram em contato com seus pais e pediram para ir embora. À tarde não foi muito diferente, apenas 20% dos alunos optaram por ir a escola.
“Fora a baixa adesão, o dia transcorreu de forma bem tranquila. Reforçamos a segurança da escola com um vigilante extra, tivemos a presença da Patrulha Escolar, a Guarda Municipal também passou por aqui. Tirando o clima de apreensão, as aulas transcorreram normalmente. E para esta terça-feira (11), as aulas seguem normais, com a mesma atenção à segurança habitual”, frisou o diretor.
SEGURANÇA DE OLHO NOS BOATOS
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp) garante que as equipes de inteligência da Segurança Pública farão de tudo para localizar os criminosos que compartilharam boatos relativos a supostos ataques em unidades de ensino de todo o Brasil.
“Mensagens compartilhadas com o simples intuito de causar pânico na comunidade escolar. Já estamos trabalhando para identificar os autores dessas fake news. O nosso trabalho não para um minuto, em busca de levar mais tranquilidade e sensação de segurança para a população capixaba”, pontuou a Sesp.
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O secretário de Estado de Educação, Vitor de Angelo, ressalta que a violência escolar nos moldes que estão acontecendo se trata de um fenômeno multicausal, onde há várias entradas e a escola é apenas um deles. “É muito simplificador dizer que por causa de bullying a pessoa pega uma arma e mata os colegas. Isso é um dos componentes de uma série de frentes como cultura, ambiente familiar, saúde e muito mais. É muito mais complexo”, explicou.
De Angelo enxerga que a contribuição da escola no combate à violência, até no âmbito escolar, é estratégica, mas não pode atuar sozinha. Para encontrar uma solução para a segurança da comunidade escolar, é necessária uma ação coordenada envolvendo diversas áreas e, principalmente, a família.
O Comitê de Segurança Escolar foi formado com 16 temáticas diferentes e tem debatido ações para ampliar a segurança no ambiente educacional. Esse Plano de Segurança Escolar será apresentado pelo governador do Estado, Renato Casagrande, no dia 27.
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