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Convento da Penha: exemplo de turismo tradicional
Fundado por Frei Pedro Palácios, o Convento da Nossa Senhora da Penha fica no alto de um penhasco a cerca de 154 m de altitude
Viajar é sinônimo de turismo? Todas as vezes que saio para algum lugar dentro do estado falo que é passeio, pra mim, viagem é só quando saio do estado, o que não é bem verdade, mas é como eu conceituo e informo aos amigos sobre as minhas andanças, assim quando falo que vou passear eles sabem que estou por perto.
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Uma coisa é certa, em viagem ou à passeio estou turistando, já que turismo é o conjunto que engloba as viagens de pessoas para outras cidades e países, assim como todas as atividades que podem ser desfrutadas no decorrer de uma viagem com duração inferior a um ano, ou seja, atividades feitas em um lugar fora do ambiente em que você vive, que demandam deslocamento para outra cidade, região ou até mesmo país, e que têm curta duração, incluindo o turismo na cidade em que você vive, onde você descobre espaços que você não frequenta normalmente.
Outra coisa que também é fato é que não faltam lugares interessantes para conhecer nas terras capixabas e tupiniquins, um leque gigantesco de opções, ou seja, as possibilidades de experiências para turismo são inúmeras e sempre haverá novos lugares para explorar e conhecer de acordo com a particularidade de cada um e tipo de turismo.
Em geral, os destinos refletem a identidade de seus viajantes. Aqueles que gostam de gastronomia e querem provar novos pratos, decidem por lugares com comidas típicas características. Os aventureiros costumam se desafiar e estar em meio à natureza. Já os roteiros culturais aproximam os visitantes dos moradores do local e enriquecem a viagem.
Conhecer os tipos de turismo é fundamental para entender o fenômeno turístico que é esse país, a definição de cada um é feita de forma natural, com base nas intenções de cada turista com a viagem. Vamos entender cada um deles, a começar pelo turismo tradicional.
Turismo tradicional - tem como objetivo principal o lazer do visitante, aproveita os pontos turísticos mais conhecidos, que podem ser belezas naturais, como praias e reservas florestais, ou museus e monumentos. Para ficar fácil entender é aquele turismo que você conhece o essencial, no turismo tradicional não se conhece Rio de Janeiro sem ir ao Cristo Redentor, isso porque o monumento é uma das principais atrações turística da cidade.
Aqui, no ES uma atração turística que entra na lista de turismo tradicional é o Convento da Penha.
Fundado por Frei Pedro Palácios, que aqui chegou em 1558, trazendo consigo um quadro de Nossa Senhora das Alegrias, o Convento da Nossa Senhora da Penha ou Convento da Penha, como é conhecido, fica no alto de um penhasco a cerca de 154 m de altitude e 500m do mar, numa área de 632.226 m2, o monumento é cercado pela Mata Atlântica, o mais importante pulmão verde da cidade de Vila Velha, proporcionando uma vista espetacular na região.
Um dos símbolos turísticos do Espírito Santo, o Convento é o maior templo da época e o mais antigo do Brasil. Pode subir o convento, a pé, de carro e também de trenzinho, o trenzinho das alegrias, onde você paga uma pequena taxa e em apenas 10 minutinhos chega no topo, e você vai apreciando a paisagem e o ar.
Se você optar em subir à pé a dica é ir pelo antigo caminho feito por índios, escravos e devotos que trabalhavam na construção da primitiva capela. A trilha de 457m é exclusiva para pedestres e leva em torno de meia hora para ser concluída, ficou conhecida como ladeira da Penitência devido a sua declividade acentuada e seu calçamento disforme feito de pé-de-moleque, o que exige esforço para subir, mas , também é conhecida como caminho ou ladeira das sete voltas devido as curvas graciosas que serpenteiam pela mata, com seus recantos maravilhosos e convidativos à meditação e à oração a cada volta que representam as “sete alegrias de Nossa Senhora”: Anunciação pelo Anjo Gabriel; Visita de sua prima Isabel; Nascimento de Jesus Cristo; Recebimento do Espírito Santo por Jesus Cristo; Apresentação de Jesus no Templo; A ressurreição de Jesus e a Sua ascensão aos céus como rainha.
O santuário reservas outras curiosidades que valem a pena saber.
PORTÃO ANTIGO foi construído em 1774, com detalhes em relevo, ele era o único acesso ao convento através da ladeira das sete voltas, fica próximo à entrada do 38º BI.
PORTÃO PRINCIPAL foi construído em 1952, é a principal entrada de acesso ao Convento. Sua estrutura arquitetônica retrata o estilo de construção dos anos 50, porém imitando o portal antigo que foi construído em 1777.
CAMPINHO é neste espaço plano está construída a Capelinha de São Francisco, que era a moradia habitual de Frei Pedro Palácios. Há uma loja de artigos religiosos e uma lanchonete e onde fica o estacionamento. Do Campinho até chegar ao topo do convento são 365 degraus de escada.
O Frei Alfredo W. Setaro, em 1952, criou o MUSEU na antiga Casa dos Romeiros. Estão em exposição peças sacras, de liturgia, de vestimentas, dentre outras, além de ficar exposta uma parte da edificação do Santuário, no formato de uma “abóbada de tijolos apoiada sobre quatro pilares contígua a um pequeno cômodo originalmente de meia-água, em alvenaria de pedra e cal”.
SALA DOS MILAGRES mostra uma variada coleção de objetos ofertados à milagrosa Virgem da Penha, como muletas, peças em cera e gesso, vestimentas e fotografias, a sala dos milagres também abriga a imagem de Nossa Senhora da Penha, esculpida por Carlo Crepaz, em 1958, fac-símile da original que também é denominada imagem peregrina por visitar as paróquias e comunidades de todo o Estado.
No anexo da capela, PLACAS DE AGRADECIMENTO feitas em azulejo, mármore ou madeira materializa a gratidão ou o desespero por milagres e graças recebidas.
Quatro grandes OBRAS DE ARTE contam história e lendas sobre o Convento. As pinturas, que chegam medir 1,70 de altura, é do artista brasileiro Benedito Calixto na década de 1920 e ilustram a chegada e a gruta de Frei Pedro Palácios; a tentativa de invasão dos holandeses ao Convento, em 1640; e a seca que atingiu o ES, em 1769.
Existe uma área gramada com RUÍNAS, onde ficava a senzala dos escravos, feitas de óleo de baleia, conchas trituradas e pedras. Segundo o historiador franciscano Frei Basílio Röwer, o número de escravos era grande e graças à mão-de-obra escrava que os franciscanos puderam realizar muitas das grandes obras do santuário e do seu entorno, inclusive o calçamento, a pedra, da ladeira tradicional que dá acesso ao monumento, e até a construção das senzalas para teto dos escravos.
O conjunto do Convento da Penha foi tombado como patrimônio histórico cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 1943.
Entre tantas belezas do nosso estado, destacamos o Convento da Penha, cartão postal capixaba, para representar o que é o turismo tradicional. Que tal dar um passeio pelo convento, agora com outro olhar?
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