Cult
Em Vitória neste sábado, Silva traz nova roupagem para o Axé
O capixaba promete surpresas e garante um repertório com Moraes Moreira, Banda Eva e Caetano Veloso

O “Bloco do Silva”, com Silva, Daniela Mercury, Timbalada e Samba Junior, acontece neste sábado na área verde do Clube Álvares Cabral, em Vitória, a partir das 17h. Foto: Breno Galtier/Divulgação
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Quem disse que o carnaval só deve ser comemorado em época, não conhece os embalos do Bloco do Silva. Após passar por capitais como Salvador, Fortaleza e Rio de Janeiro, o “capixaba da gema” Silva retorna a Vitória com seu projeto de releituras de axé dos anos 1990. Dono dos sucessos “A Cor É Rosa” e “Fica Tudo Bem”, este com a parceria de Anitta, o cantor põe a segunda edição do bloco na rua, neste sábado (03), a partir das 17h, na área verde do Clube Álvares Cabral, em Vitória. Com ele, ainda sobem ao palco dois representantes de peso do gênero e, consequentemente, da música baiana: Daniela Mercury e o grupo Timbalada.
O axé dos anos 90 é mais do que confirmado no Bloco do Silva, né?
Muito! O Bloco é um momento que posso cantar tudo que eu quiser. Isso acaba me tirando da zona de conforto musical, traz surpresas pra quem acompanha meu trabalho e me apresenta para quem nunca ouviu falar de mim. É uma troca maravilhosa e uma alegria quando vejo as pessoas se divertindo tanto.
Haverá alguma novidade na setlist, em relação ao bloco que aconteceu no carnaval, em fevereiro, no Ilha Shows?
Várias. A própria participação da rainha Daniela Mercury tenho certeza que vai ser linda. Só não vou contar muito pra não estragar a surpresa! (risos).
Vai ter algo da música capixaba?
Tem sempre música capixaba no repertório do Bloco. Em fevereiro, tive a participação de Renato Casanova, Fred Nery e da Juana Zanchetta. Foi um momento muito especial. Fora a banda que toca comigo que é composta por músicos daqui e é sempre muito elogiada por onde passo.
Há várias referências musicais que você poderia resgatar em um projeto e que influenciam seu trabalho, como o João Gilberto, Tom Jobim… Mas você se aventurou no axé e na festividade do carnaval. Como está sendo a experiência?
Sempre amei as músicas de carnaval e cresci numa casa que ouvia muita música baiana, principalmente no verão. E quando digo música baiana, falo de Caymmi à Banda Eva. Mas como cantor, eu ainda não tinha experimentado esse repertório. O Bloco foi uma experiência completamente nova pra mim e fiquei extremamente feliz quando vi que o projeto foi bem recebido pelo público.
Fazer esse carnaval fora de época veio com qual intenção?
Esse show surgiu da vontade de homenagear o que foi o primeiro carnaval da minha geração, uma música pop, mas com a base forte nas raízes do Brasil.
Você é uma voz forte para a comunidade LGBTQ, especialmente para os jovens do Espírito Santo, pois é de onde você veio… Você entende que, além da questão artística, seu trabalho pode assumir algo social?
Acho que a arte tem o poder de sensibilizar as pessoas, de confrontá-las e fazê-las refletir sobre suas vidas. Por isso, acho importante que os artistas coloquem suas ideias à mostra, exponham suas opiniões e visões de mundo. Quero contribuir de alguma forma para que a gente viva num mundo com menos intolerância e mais respeito.
Cada álbum ou projeto que você lança parece que te faz assumir uma faceta e sonoridade diferentes. Existe uma responsabilidade de abraçar a música baiana e cantar ela para outros públicos?
A possibilidade existe porque amo a música que vinha e que vem da Bahia, mas não gosto de me limitar, talvez seja por isso que mudo tanto a cada álbum e turnê. Fujo de repetir as mesmas ideias e fazer disso uma fórmula, porque aí eu ficaria entediado e acho que esse seria o fim da linha.
São três horas de show, é um megaevento. Como funciona a preparação para aguentar tanto tempo em cima do palco?
A preparação é diária, tento ser regrado na alimentação, no sono e durante o show procuro sempre me hidratar o máximo possível. Água de coco é minha melhor amiga.
E como é trazer o Timbalada ao Espírito Santo, depois de 10 anos sem vir? Como a parceria aconteceu?
Vi uma apresentação deles em Salvador em fevereiro e fiquei completamente apaixonado. É de uma força gigante, difícil de explicar. Naquele momento já sabia que queria convidá-los para um Bloco aqui em Vitória. Fiquei feliz que tudo aconteceu rápido, já na nossa primeira conversa rolou o convite e eles toparam logo de cara.
O “Bloco do Silva”, com Silva, Daniela Mercury, Timbalada e Samba Junior, acontece neste sábado (3), a partir das 17h, na área verde do Clube Álvares Cabral. Endereço avenida Marechal Mascarenhas de Moraes, 2100, em Bento Ferreira, Vitória. Os ingressos podem ser adquiridos no site Superticket: R$ 69 (meia/pista) e R$ 91 (meia/área vip), no segundo lote.
