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Mais lúpulo, por favor: Você acha que bebe mesmo pilsen?

O que a maioria das pessoas conhece como pilsen – e deve ter sido também a primeira cerveja que muita gente bebeu na vida – na verdade trata-se de uma american lager

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Cervejas mais vendidas não são na verdade pilsen. Foto: Pixabay

Todo mundo já pode ter falado ou ouvido de algum amigo a frase “só bebo pilsen” ou “gosto de pilsen porque é levinha”. Mas será que estamos mesmo bebendo pilsen?

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O que a maioria das pessoas conhece como pilsen – e deve ter sido também a primeira cerveja que muita gente bebeu na vida – na verdade trata-se de uma american lager. É o caso da Brahma, Budweiser, Skol e Bohemia e outras na mesma linha. Essas cervejas foram inspiradas na verdadeira pilsen, originária da República Tcheca, e tem cor amarelo clara, sabor neutro e pouco aroma. Apesar de algumas se denominarem pilsen, elas não têm as características do estilo original.

As versões americanas da pilsen – que também fazem sucesso no Brasil – surgiram depois da Lei Seca nos Estados Unidos. Com a falta de matéria-prima, parte do malte foi substituído por outros cereais e o lúpulo foi reduzido. O produto acabou caindo no gosto dos consumidores e por uma forte campanha publicitária acabou se popularizando no mundo todo e se firmando como o estilo mais consumido. Um dos motivos é que suas características facilitam que ela seja bebida em grande quantidade (drinkability), o que explica o sucesso em festas e churrascos.

Já a Heineken, queridinha do momento, é considerada um outro estilo, chamado de international lager e tem amargor um pouco mais elevado e é um pouco mais encorpada que as american lagers. Geralmente as cervejarias usam o termo “extra” ou “premium” para marcar essa característica, além de também usarem o nome pilsen, como a Eisenbahn Pilsen.

Mas afinal, o que é cerveja pilsen?

Embora empreste seu nome para várias lagers do mercado, a pilsen também é uma lager. Para explicar melhor, lager é um das famílias cervejeiras, formada por cervejas de baixa fermentação, que são em geral mais límpidas e com aroma discreto e geralmente mais leves que as Ales, família à qual pertence a IPA, por exemplo. As Ales são cervejas de alta fermentação e podem trazer mais corpo, aroma e sabores frutados do lúpulo ou da levedura.

A cerveja tcheca Pilsen Urquell originou o estilo pilsen. Foto: DIvulgação

A cerveja original do estilo surgiu na cidade de Pilsen, na região da Bohemia na República Tcheca, em 1842 e recebeu o nome de Pilsner Urquell, que pode ser encontrada até hoje. O resultado agradou e ela foi se popularizando no mundo todo. Entre as principais diferenças é a presença de mais aroma, equilíbrio entre lúpulo e malte e também mais amargor em relação aos estilos inspirados nela que falamos acima. Para encontrar o estilo mais fiel ao original no mercado brasileiro é só buscar o termo Bohemian Pilsen nos rótulos.

Vale citar ainda mais um estilo facilmente encontrado no mercado, também adaptado à pilsen tcheca, a German Pilsner. Essa versão é mais clara e leve do que a versão original, e tem amargor. A Becks é uma cerveja de mercado que representa o estilo.

Agora, na próxima vez que for escolher uma cerveja, que tal prestar atenção nessas diferenças? Vale também colocar uma ao lado da outra para comparar os sabores e sensações.

MAIS UM COPO

Da Nova Zelândia para o ES. A nova cerveja da Convento Cervejaria recebe o nome de New Zealand IPA. Na lista de ingredientes, levedura e lúpulos vindos da Nova Zelândia, que trazem novos aromas para a galera que curte um amargor e aromas mais intensos. Lúpulos de nomes diferentes como Teaheke e Motueka, além de outros dois que são segredos do cervejeiro. A comercialização será feita pelo aplicativo da Convento, disponível para download na Play Store para usuários Android, ou direto no site conventocervejaria.com.

Mais lúpulo, por favor

Leticia Orlandi é jornalista e entusiasta de cervejas artesanais. Escreve sobre histórias e sabores por trás de cada copo.

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