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Liberdade ameaçada

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  • Por Jhonnilo Soares Cunha

Ferir a economia de mercado com o pretexto de um bem maior é cercear um direito humano: a liberdade. Sempre que o Estado intervém, seja com congelamento de preços, agências reguladoras, subsídios ou quaisquer outras medidas intervencionistas não oriundas de uma troca voluntária, ruídos no sistema de preços são gerados e o livre mercado, a maior expressão de liberdade que uma sociedade pode ter, é ameaçado.

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Em 1776, Adam Smith já trazia, em sua obra A riqueza das nações, o simples conceito de que, em um livre mercado, as transações ocorrem de forma voluntária, ou seja, elas só ocorrerão se ambas as partes julgarem que podem se beneficiar delas. E é por meio de inúmeras trocas simples, com cada um visando aos seus próprios e distintos interesses, que pessoas do mundo todo cooperam de forma não intencional em um modelo harmônico e complexo, em que a sociedade avança e todos se beneficiam do livre mercado.

Por motivos irracionais, a economia de mercado é frequentemente acusada por muitos de ser vilã. Milton Friedman, em Livre para escolher, aborda o tema e relata que isso deriva de um grande erro que é a personificação do Homo economicus, figura completamente irrealista que busca apenas recompensas imediatas e materiais, apesar de ser também teorizada como 100% racional. Essa acusação mesquinha não leva em consideração que cada indivíduo possui os seus próprios interesses e é livre para persegui-los, seja lá quais forem.

Nessa linha, a doutrina keynesiana defende que, para a economia de um país se desenvolver, é preciso que o governo seja o principal agente da força econômica e política, controlando todo o mercado. O fato é que a maioria dos problemas econômicos que são apontados por quem ataca o livre mercado decorre não de falhas do sistema, mas de distorções criadas nele que o impede de funcionar. Existem incontáveis episódios em que o Estado interferiu e causou enormes ruídos na informação que o sistema de preços traz consigo, gerando uma onda artificial de demanda não correspondente à oferta, agravando ainda mais um problema que se resolveria, ou nem mesmo existiria, caso o mercado fosse livre para se ajustar.

Outro exemplo de insucesso nessa doutrina é que não só é impossível controlar todo o mercado, como a tentativa de o fazer gera injustiças com o consumidor e com a concorrência. É o caso de mercados que se desenvolvem e, depois de tomar certo tamanho, são regulados por agências que exigem uma série de regras as quais somente consegue atender quem cresceu quando o mercado não estava regulado. Assim, é criada uma enorme barreira de entrada para novos players, resultando em menor competitividade e numa oferta artificialmente reduzida. No fim, prejudicando sempre nós, cidadãos.

Para alguns, a noção de que o mercado se autorregula em uma economia livre pode parecer de difícil compreensão. A realidade é que estamos longe de viver em uma economia de livre mercado para ver isso acontecer. Mas, o fato da caminhada ser longa não deve nos imobilizar. Aceitar retrocessos quando se fala em liberdade econômica não é uma opção. Devemos ir paulatinamente na direção certa, lutando por agendas de desburocratização e de não intervencionismo, em prol de um ambiente de negócios mais sadio e resiliente.

Sobre o autor

Jhonnilo Soares Cunha. Foto: Divulgação

Jhonnilo Soares Cunha. Foto: Divulgação

Jhonnilo Soares Cunha é engenheiro Mecânico formado na UFES. Atualmente é Coordenador de Novos Negócios na VIX Logística, avaliador de projetos de empreendedorismo inovador com foco na Economia 4.0 pelo IFES e membro do IBEF Academy.


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Ibef Academy é o ciclo de formação do IBEF Jovem ES, focado em conteúdo das áreas de finanças e economia. Seu objetivo é melhorar o ambiente de negócios e financeiro do Espírito Santo, através da auto capacitação de seus membros nas referidas áreas. O IBEF Jovem ES, por sua vez, é o braço do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças do Espírito Santo (IBEFES) que reúne profissionais com até 35 anos.

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